A 1ª Delegacia de Polícia Civil (DPC) de Araguaína prendeu, na madrugada dessa quinta-feira, 2, Ilário Reis Martins da Silva, 48 anos, suspeito de assassinar o agente de trânsito Agenison Pereira Jorge, 28 anos, no dia 27 de maio. Ele teria se revoltado após receber uma multa e ter seu veículo apreendido por estar transportando passageiros clandestinamente. A delegada responsável pelo caso, Simone Aparecida de Melo, acredita que Ilário pode ter matado o servidor municipal por engano.
“O rapaz que ele matou estava bem próximo, ao lado, do que havia multado ele. O agente que realmente lavrou a multa era outro, que está muito abalado, inclusive. Como ele atirou de longe, não foi à queima roupa, provavelmente ele pretendia matar o que multou, mas morreu o outro”, afirmou a delegada.
Após colher provas testemunhais, a delegacia solicitou à Justiça mandado de prisão do suspeito. “A gente ontem cumpriu pela tarde as buscas na casa dele e à noite ele se apresentou espontaneamente. Existiam provas que ele realmente cometeu o crime e o juiz entendeu assim, tanto é que decretou a prisão temporária. Ele não sabia que tinha mandado de prisão contra ele, mas após interrogá-lo, às 2 da madrugada, eu cumpri o mandado e ele está preso”, esclareceu a titular da 1ª DPC de Araguaína.
Simone de Melo detalhou o depoimento do suspeito. “Durante o interrogatório, ele disse que na mulher dele e no carro dele, quem manda é ele. Sendo que após o crime, ele já estava meio embriagado, e falou essa mesma frase em um bar, acrescentando: ‘mato mesmo’. Tem testemunhas que viram ele falando que ia matar”, relatou a delegada.
Apesar de confirmar que seu veículo foi apreendido pelos agentes de trânsito no dia do crime, Ilário nega ter assassinado Agenison Pereira Jorge. Conforme a delegada, o suspeito disse ter sido encaminhado para a Agência Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT), mas não aceitou a apreensão do veículo e a multa. “Como não havia segurança suficiente para os agentes fazerem cumprir a ordem, ele pegou o carro e foi embora”.
Os agentes da AMTT relataram à titular da DPC que ao ser multado, por realizar transporte clandestino de passageiros, Ilario teria feito ameaças. “No local ele falou para os agentes: ‘vocês vão se ferrar comigo, vocês não sabem com quem estão mexendo’. Falou também que tinha parentes importantes”, complementou Simone.
Durante esses cinco dias, o suspeito afirmou ter ficado na casa da namorada. “Ele me disse que logo após o crime foi na casa dele e ficou sabendo que a polícia já estava atrás dele e ficou durante esses dias na casa da namorada. Ontem eu cumpri mandado de busca na casa dele, estive na casa de todos os parentes e na casa da namorada. Agora eu não posso afirmar com certeza aonde ele estava. Ele se apresentou já a noite com dois advogados”, contou.
Por se tratar de crime hediondo, ou seja, de gravidade acentuada, o suspeito será mantido preso, temporariamente, por 30 dias. Neste prazo o inquérito deve ser concluído. “Agora cabe a polícia provar e será provado através de testemunhas e também tem algumas filmagens, mas não estão muito legíveis. Mas será provado através de testemunhas porque tudo coaduna para que realmente ele tenha cometido o crime”, ressaltou a delegada.
A responsável pelo caso acrescentou que as investigações continuam para apurar também se houve participação de outra pessoa no crime. “Procedem as investigações porque ainda tem 30 dias para a conclusão do inquérito. Investigaremos se alguém deu guarida para ele, pois provavelmente alguém dirigiu o veículo em que ele fugiu”, disse a delegada, reiterando que ainda não há provas sobre isso. “São conjecturas, pois os agentes ficaram muito nervosos e não viram nada”, concluiu.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 15622
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