Rone Marcelo Alves Paiva e João Oliveira dos Santos Júnior policiais militares na ativa e o ex-militar Wanderson Silva de Souza, foram presos por policiais civis do Tocantins na manhã de quinta feira em Marabá, no Estado do Pará, em cumprimento a um mandato de prisão temporária expedido pela Justiça daquele Estado, acusados de assassinarem o advogado Danilo Sandes.
O crime aconteceu em julho deste ano, provavelmente no mesmo dia, em que o advogado desapareceu, 25. Seu corpo foi encontrado no interior de uma chácara, somente quatro dias após, 29, às margens da rodovia TO-222, a 18 quilômetros da cidade, no entroncamento de Babaçulândia.
Segundo um amigo, José Ribamar Júnior a última vez que o advogado foi visto, teria sido no interior de um supermercado. "Ele deixou a mãe numa agência bancária, onde ela trabalha, e depois foi tomar café. Por volta das 9h, ele falou com uma prima por telefone e disse que iria para Filadélfia, provavelmente resolver alguma questão ligada a um processo".
O advogado que estava em uma motocicleta foi procurado por quatro dias. O corpo foi encontrado já em estado de decomposição, de cueca, com marcas de lesões, sangue e fogo. Na oportunidade a perícia recolheu um par de sapatos encontrado no local. O delegado responsável pela investigação, Rerisson Macedo, disse que ele foi morto com dois disparos de arma de fogo, na nuca.
Os dois policiais, Rone Marcelo e João Oliveira foram presos na corregedoria da Polícia Militar em Marabá. O ex-militar, Vanderson Silva foi preso perto da casa dele. Ele tentou fugir, se envolveu em um acidente e acabou sendo capturado.
"Houve necessidade de disparo para contenção. Foi perfurado o pneu do veículo. Dali, ele desceu do veículo, empreendeu fuga pela mata. Nossos policiais correram e conseguiram conter a fuga dele", explicou o delegado Rerisson. Na casa dele, foi encontrado um notebook. A polícia vai investigar se o aparelho pertencia ao advogado.
Devido ao alto grau de periculosidade, Rone Marcelo foi transferido em um helicóptero. Ele faz parte do 4º Batalhão da Polícia Militar de Marabá. Segundo as investigações, foi ele quem planejou como o advogado seria morto. Outro envolvido, João Oliveira, teria sido visto no carro com o advogado, antes do assassinato.
Herança de 7 milhões
O inquérito policial aponta em sua linha de investigação que o advogado foi morto por causa de uma disputa por uma herança de R$ 7 milhões e acusa o farmacêutico Robson Barbosa da Costa, de 32 anos, de encomendar o assassinato. Cliente do advogado em uma ação de inventário, Robson foi preso também em Marabá em agosto.
Segundo os investigadores, o farmacêutico teria se revoltado quando o advogado não aceitou participar de um esquema para ocultar bens. A fraude beneficiaria Robson, que ficaria com uma parte maior do patrimônio sem que os demais herdeiros ficassem sabendo. O advogado era responsável por fazer o inventário para toda a família, mas após a discussão deixou de representar Robson. Ao todo, seis pessoas disputam a herança.
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