(Gurupi-TO) - Em entrevista coletiva com a imprensa o subprocurador-geral de Justiça, José Maria da Silva Júnior, afirmou que irá protocolar denúncia criminal contra os seis policiais militares envolvidos nos crimes ocorridos em Gurupi. A expectativa é que a denúncia fosse protocolada ainda ontem.
Os militares acusados de integrar o grupo de extermínio em Gurupi e que serão levados a julgamento pelo Tribunal do Júri são: Heber Cleber de Rezende, Elizabeth Pereira Dias Oliveira, José Alberto Sousa Abreu da Mata, Marcelo Guimarães Barros, Amarildo Cordeiro Duarte e Elpides de Oliveira Silva executaram cinco jovens.
De acordo subprocurador, o MPE vai requerer que os policiais militares sejam processados e condenados pelos crimes de homicídio qualificado, em concurso de pessoas (atividade típica de grupo de extermínio), cometido no exercício da função, em razão disso, com abuso de autoridade.
De acordo com Silva Júnior, quem aceita ou não a interposição da ação penal, após o oferecimento da denúncia é juiz. “Há indícios veementes de autoria dos crimes praticados e existe análise no armamento utilizado na prática dos crimes. Além das provas a partir de depoimento de familiares das vítimas e de testemunhas”, contou.
Segundo o MPE, os quatro promotores de Justiça que acompanharam as investigações acreditam que as mortes foram revide de assassinatos de dois militares no município de Gurupi, cabo Lins e sargento Leosmar. Ambos ocorreram em 2012.
Autos
Nos autos, consta que na noite do dia 21 e na madrugada do dia 22 de setembro de 2012, em uma estrada vicinal entre as cidades de Gurupi e Peixe, os acusados teriam abordado os jovens (possivelmente com outros agentes ainda não identificados) e se utilizando-se de armas de fogo calibre 38 e calibre 12 efetuaram disparos nas nucas de Walyson de Oliveira Gonçalves, Regivaldo Miranda da Silva e Reginaldo Alves.
Pouco tempo depois e próximo à mesma região, os policiais teriam disparado também contra Daniel Alves Batista e Cláudio Roberto Pereira da Silva.
Após os homicídios, por volta de 3h55 da manhã, os policiais procuraram um posto de gasolina para que pudessem lavar as botas e fumar charutos (como forma de comemoração pelo sucesso da empreitada delituosa). A ação foi identificada em imagens de circuito interno daquele estabelecimento.
O inquérito que investiga a morte de Ana Paula ainda não foi concluído.
Prisão preventiva
No dia 25, a juiza Gisele Pereira de Assunção Veronezi determinou a prisão preventiva dos militares solicitada pelos delegados José Rerisson Macêdo, Liliane Albuquerque e Evaldo de Oliveira Gomes.
Em sua decisão, a juíza alegou que os militares “tentaram tumultuar a instrução criminal, ameaçando testemunhas e destruindo provas”.
Os militares estão detidos no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 14616
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