O PMDB do Tocantins está decidido a engrossar com a senadora Kátia Abreu. O diretório metropolitano discutiu na sexta-feira, 10, a situação da parlamentar na legenda e, irritado, o presidente regional, Derval de Paiva, endossou as críticas e não procurou usar da diplomacia, sua marca registrada: "As portas estão abertas para quem quiser sair, e nosso desejo é que a senadora não fique mais no nosso meio", disparou.
Segundo Derval, dois membros do diretório metropolitano pediram ainda em 2016 "medidas enérgicas" contra a senadora. Ele não disse quais medidas a Executiva estadual poderia tomar, já que não pode expulsar uma senadora, prerrogativa exclusiva do diretório nacional. De toda forma, o presidente regional garantiu que o PMDB do Tocantins "vai agir". "Não dá mais para aturar, já tivemos paciência demais", desabafou Derval.
O gota d'água na relação do partido com a parlamentar são as constantes críticas de Kátia ao governo Marcelo Miranda (PMDB), a quem ela não tem poupado. Além disso, os peemedebistas afirmam que a senadora não participa dos eventos do partido, "com evidente descaso e sem justificativa para tal".
O segundo vice-presidente do diretório metropolitano, Cesarino Augusto, pediu ao diretório estadual na reunião de sexta que cobre da senadora uma posição definitiva quanto à sua situação no PMDB, pois, disse já não aguentar mais "os ataques sistemáticos" da senadora contra o governo do Estado e ao próprio partido ao qual ela é filiada. Para Cesarino, Kátia "está sempre buscando holofotes, nem que seja de maneira antiética com seus companheiros" de sigla.
O deputado Valdemar Júnior disse na reunião "nunca ter sido tão ofendido por uma pessoa como o foi pela senadora". Para ele, Kátia ?"sempre quis ser vitrine" e "gosta de bater sempre para depois se tornar vítima". "É momento de ignorá-la e abandoná-la de vez. Nunca tive voz e nem vez quando estive mais próximo dela", revelou.
Pela expulsão
No ano passado, dia 20 de setembro, o PMDB do Tocantins se manifestou pela expulsão da senadora no processo que tramita na Executiva nacional. "Este Diretório Regional, no caso em apreço, não pensava e muito menos desejava que se poderia ver consumar no seio deste partido o conhecido adágio popular no sentido de que 'Quer conhecer o vilão lhe dê o bastão', situação esta efetivamente vivenciada por peemedebistas no caso da Senadora Kátia Abreu", chega a afirmar o documento do Tocantins ao diretório nacional.
Em outra frente, como a imprensa noticiou no último dia 1º, a executiva regional do PMDB vai renovar 50 comissões provisórias, mas não pensa em manter o critério de paridade implantado ano passado para acalmar os ânimos dos grupos do governador Marcelo Miranda e da senadora Kátia Abreu. Sob comando palaciano, as comissões serão compostas agora somente com aliados de Marcelo.
Para um entendimento entre os dois lados, foi feito um acordo pelo qual cada lado teria 50% do diretório regional. Esse critério foi aplicado também na formação das comissões provisórias.
Em maio, quando vencerá o mandato do diretório regional, hoje sob o comando do marcelista Derval de Paiva, a ideia também é montar uma chapa apenas com aliados do governador e, se o grupo de Kátia quiser espaço, terá que conquistá-lo no voto.
Encontro estadual
O PMDB realizará no dia 17 de março um Encontro Estadual em Fortaleza do Tabocão. Entre as presenças ilustres confirmadas já estão o ex-senador Pedro Simon (RS) e o ex-governador gaúcho Germano Rigotto.
Comentários