A Polícia Federal prendeu 28 pessoas nesta quinta-feira (21), em uma operação contra uma quadrilha especializada em transportar drogas da Colômbia e da Venezuela para o Brasil, Estados Unidos e Europa. Até o fechamento da edição, a reportagem apurou que as prisões efetuadas foram: no Tocantins (6), Pará (4), Goiás (14), Distrito Federal (1), Roraima (1), São Paulo (1) e Paraná (1), além da apreensão de 11 aeronaves usadas pela quadrilha,  mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Tocantins (6), Pará (39), Goiás (36), Roraima (4), São Paulo (2) e Ceará (1). 
Expedidos pelo juiz federal Pedro Felipe de Oliveira Santos, da 4ª Vara de Palmas, os mandados  resultaram no sequestro de 13 fazendas, mais de 10 mil cabeças de gado, o bloqueio de 100 contas bancárias de pessoas e empresas e a inclusão de 06 pessoas no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol. Apontado como chefe da quadrilha, João Soares Rocha, foi preso em Tucumã, no Pará. Ele já foi investigado por suposta lavagem de capitais do traficante Fernandinho Beira-Mar. Seu advogado  afirmou que não teve acesso ao processo e portanto, ainda não se pronunciaria.
A Operação Flak (termo usado durante a Segunda Guerra Mundial para identificar a artilharia antiaérea alemã), foi iniciada há 2 anos e está centrada no Tocantins, conta com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar de Goiás (GRAER-PMGO). As investigações também tiveram apoio da agência americana DEA (Drug Enforcement Administration) e da agência surinamesa CTIU (Counter Terrorism Intelligence Unit).
A PF que utilizou cerca de 400 agentes informou que a quadrilha tinha ligação com facções criminosas do Brasil e prestava serviços para traficantes daqui e do exterior. Segundo a investigação, a quadrilha transportou mais de 9 toneladas de cocaína entre 2017 e 2018, em 23 voos que carregavam 400 kg da droga, em média, cada um. Além de pilotos, a organização contava com mecânicos que adulteravam as aeronaves para aumentar a autonomia dos voos e ocultar o prefixo original dos aparelhos, para despistar as autoridades. As cidades de Palmas e Porto Nacional, no Tocantins, eram utilizadas como como pontos de apoio para a rota do transporte de drogas que passava dos países produtores, Colômbia e Bolívia, aos países intermediários, Venezuela, Honduras, Suriname e Guatemala, até chegar aos países destinatários: Brasil, Estados Unidos e União Europeia.
Durante a coletiva que teve à frente o delegado responsável pela Operação, Marcelo Correia Botelho  e a superintendente regional, Cecília Franco, a PF informou que os investigados devem responder por tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, financiamento ao tráfico, organização criminosa, lavagem de dinheiro e atentado contra a segurança do transporte aéreo.