A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (30), a operação 'Rumple' com o objetivo de validar declarações prestadas em colaborações premiadas associadas à operação 'Ápia'. Deflagrada em 2016, a Ápia apurou desvios de mais de R$ 200 milhões a partir de diversos crimes relacionados a fraudes em licitações públicas e a contratos para execução de serviços de terraplanagem, pavimentação asfáltica e obras de arte especiais, todos firmados pelo Governo do Estado do Tocantins.
Entre os investigados na Ápia estão os ex-governadores Siqueira Campos e Sandoval Cardoso, o ex-secretário de Relações Institucionais e atual deputado estadual Eduardo Siqueira Campos, o ex-secretário de Infraestrutura Alvicto Ozores Nogueira, o ex-superintendente da Agetrans Renan Bezerra de Melo Pereira, o empresário Wilmar Oliveira de Bastos, proprietário da empresa EHL - Eletro Hidro, entre outros.
Alguns dos investigados firmaram acordo de colaboração com o Ministério Público Federal em troca de benefícios judiciais. O empreiteiro Rossine Aires Guimarães, da CRT Construções, outro investigado na operação, disse durante sua delação que entregou ao ex-vice-governador João Oliveira o total de R$ 2,5 milhões para que ele renunciasse antes do então governador Siqueira Campos, em abril de 2014. Oliveira nega o recebimento. 
O vice renunciou em 3 de abril, horas de Siqueira tomar a mesma decisão e abrir o caminho para a posse do então presidente da Assembleia, Sandoval Cardoso.

6 MANDADOS DE BUSCA  E APREENSÃO

Nesta nova operação, aproximadamente 30 policiais federais cumpriram 6 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal do Tocantins. A maioria das ações foram concentradas no Distrito Federal.

PROPINA POR CONTRATOS: R$ 10 MILHÕES

A investigação apura o pagamento de vantagens indevidas para garantir o direcionamento de contratos e o desvio de recursos destinados a obras públicas no Estado do Tocantins e tem como principal alvo o núcleo apontado como responsável pelo processo de lavagem dos recursos oriundos destes pagamentos indevidos, dissimulando sua origem e destinação através de sucessivas operações financeiras e supostas empresas de fachada.
Segundo a PF, o valor dos pagamentos investigados, somente nas atuais frentes investigativas, ultrapassa R$ 10 milhões.
Além da obtenção de novas provas, a Polícia Federal busca coibir a continuidade das supostas ações criminosas, delimitar a conduta dos investigados, além de identificar e recuperar ativos frutos dos desvios.
A PF também disse que os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
O nome da operação é uma referência ao personagem do conto de mesmo nome, também conhecido como Rumpelstiltskin, que transformava palha em ouro, em alusão às ações dos investigados.