(PALMAS-TO) - Uma parceria entre a Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa) e o Instituto de Pesquisa Tocantinense (Ipeto) resultou numa pesquisa inédita sobre o pensamento do empresariado de Palmas. De acordo com o presidente da Acipa, Fabiano do Vale, o resultado da pesquisa vai orientar todo o planejamento da entidade para os próximos anos. “É a maneira correta de empreendermos as ações que refletem as reais necessidades dos associados e dar uma contribuição maior ao desenvolvimento da cidade”, explica Fabiano.
Os dados da pesquisa mostram que os empresários palmenses estão otimistas quanto ao cenário econômico que se apresenta para a cidade, mas aponta insatisfações com o poder público e com a própria associação. “É compreensível que o empresariado se sinta um tanto desamparado, mas é importante que ele saiba tudo que estamos realizando e planejando para fortalecer a iniciativa privada na capital”, justifica Fabiano.
Ao todo foram entrevistados 634 empresários, de um universo de mais de 18 mil empresas ativas na capital. A margem de erro da pesquisa é de 5%, com um questionário completo que sondava as expectativas e opiniões acerca do cenário atual do mercado empresarial palmense e sua relação com a Acipa, conforme explica Thiago Dourado, administrador e coordenador geral do Instituto de Pesquisa do Tocantins.
Num primeiro momento, os pesquisadores quiseram traçar um perfil do empresário e das empresas entrevistadas. Também quiseram saber sobre o cenário do mercado palmense, a avaliação do desempenho da Acipa e a relação domercado privado e o poder público.

Números
Alguns dados adiantados pelo instituto revelam que 57% do empresariado palmense é do sexo masculino, contra 43% do sexo e feminino e com a maior parcela na faixa etária entre 26 e 35 anos (33%). Quanto à origem dos empresários a pesquisa aponta que 34% são tocantinenses, seguidos de 18,61% de Goiás e 10,57% do Maranhão.
Apenas 17% dos empresários têm nível superior e 56,47% possuem até ensino médio completo. Em relação às dificuldades enfrentadas, 57,73% se queixam dos impostos seguidos de falta de mão de obra qualificada e concorrência alta, além de outros problemas. Apesar disso, 90% dos entrevistados acreditam que o mercado palmense vai ficar melhor do que está hoje e 69,72% pretendem expandir e contratar mais funcionários.
A pesquisa também traz dados sobre a relação dos empresários com a internet e o mercado digital e o investimento em capacitação de mão de obra.

Avaliação da Acipa
Em relação à Associação Comercial, os números surpreenderam negativamente até a própria entidade. Apenas 22% dos entrevistados conhecem a entidade e sabem sobre sua atuação e serviços prestados. “Este números nos desafia a aproximar a entidade ainda mais do empresariado e a ampliar o leque de serviços e benefícios para os associados”, analisa Fabiano do Vale, presidente da Associação que considera importante revelar todos os dados para provocar uma profunda reflexão no meio empresarial. O desconhecimento e o distanciamento do empresariado com relação é entidade, é maior ainda em Taquaralto, revela a pesquisa.

Relação com o Poder Público
Outro dado a ser debatido pelos empresários é o número de 68% de empresários que nunca mantiveram relação comercial com o poder público. “As compras governamentais são importantes para qualquer economia, por isso, é nossa tarefa fazer com que o poder público amplie seu leque de fornecedores de forma a permitir que mais empresas participem desta modalidade de negócio. A concentração é ruim para o Governo e para o empresário”, avalia o presidente da Acipa.