(PALMAS-TO) - A Polícia Civil do Tocantins e de Goiás reagiu às insinuações de que seria armação a apreensão de avião, mais de R$ 500 mil em dinheiro que seriam da campanha do candidato a governador Marcelo Miranda (PMDB), em Pirancanjuba (GO). “Na Polícia de Goiás não há ingerência política, nós policiais não aceitamos isso”, afirmou por telefone à imprensa do Tocantins, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Goiás (Sinpol-GO), Paulo Sérgio Alves de Araújo. A entidade no Tocantins e o Sindicato dos Delegados de Polícia no Estado (Sindepol-TO) emitiram uma nota neste domingo, 21, em apoio os policiais goianos.
O presidente do Sinpol-GO disse que a imprensa do Tocantins é séria, mas que “há certo erro” do segmento dela que insinua qualquer possibilidade de armação no episódio de Piracanjuba. Paulo Sérgio disse que o delegado de Itumbiara (GO), Ricardo Chueire, responsável pelo caso, “é um profissional sério, elogiado, querido pelos policiais e que realiza um bom trabalho em Goiás”.
Segundo o presidente do Sinpol-GO, quem insinua a possibilidade de armação, faz isso “por ignorância e desconhecimento”.
Paulo Sérgio disse que vai conversar com o Sindepol-GO nesta segunda-feira, 22, para que policiais e delegados goianos emitam uma nota conjunta sobre o caso, também refutando qualquer possibilidade de ingêrência política no episódio. “Isso não existe, temos nossos problemas, mas não há ingerência política na Polícia de Goiás. Nós policiais não aceitamos”, reafirmou. Para ele, as insinuações atingem toda a Polícia Civil. “E não podemos deixar que isso aconteça.”
“Nota de apoio aos profissionais da Policia Civil de Goiás
O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-TO) e o Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (Sindepol-TO) vêm a público manifestar sua solidariedade aos policiais civis do Estado de Goiás pela atuação profissional no episódio envolvendo a prisão de quatro pessoas, uma aeronave e R$ 504 mil (quinhentos e quatro mil reais), na cidade de Piracanjuba -GO, demonstrando que a instituição Polícia Civil está acima de qualquer suspeita, cumprindo seu dever de forma corajosa, numa abordagem arriscada numa pista de pouso.
E também repudiar as tentativas de manipulação política sobre o trabalho dos policiais que não se prestam a nenhum tipo de armação para beneficiar qualquer grupo político. Ao SINPOL-TO e SINDEPOL-TO, interessa a verdade e não o resultado das urnas, que não irá alterar nossa postura de permanente luta pelos direitos dos policiais civis, melhores condições de trabalho e o fortalecimento da instituição.
Aos companheiros de Goiás, as nossas sinceras manifestações de orgulho e total apoio pela maneira com que estão conduzindo as investigações, prestando todos os esclarecimentos à sociedade sobre o episódio e deixando claro, que trata-se de um caso de polícia e não de política.
Palmas, 21 de Setembro de 2014.
Moisemar Alves Marinho
Cinthia Paula de Lima
Presidente do SINPOL-TO
Presidente do SINDEPOL-TO”
A pedido dos colegas de Goiás
A nota conjunta já foi emitida por policiais e delegados do Tocantins, neste domingo, a pedido dos colegas de Goiás. Paulo Sérgio ligou para o presidente do Sinpol-TO, Moisemar Alves Marinho, e solicitou a nota de apoio.
No documento, o Sinpol-TO e o Sindepol-TO afirmam sua “solidariedade aos policiais civis do Estado de Goiás pela atuação profissional no episódio” de Piracanjuba. Para os policiais e delegados tocantinenses, a atuação dos colegas goianos demonstrou que “a instituição Polícia Civil está acima de qualquer suspeita, cumprindo seu dever de forma corajosa, numa abordagem arriscada numa pista de pouso”.
Tentativas de manipulação política
As entidades do Tocantins repudiam o que chamam “tentativas de manipulação política sobre o trabalho dos policiais que não se prestam a nenhum tipo de armação para beneficiar qualquer grupo político”. Dizem que “ao Sinpol-TO e Sindepol-TO interessa a verdade e não o resultado das urnas, que não irá alterar nossa postura de permanente luta pelos direitos dos policiais civis, melhores condições de trabalho e o fortalecimento da instituição”.
A nota termina com as duas entidades afirmando suas “sinceras manifestações de orgulho e total apoio pela maneira com que [os policiais de Goiás] estão conduzindo as investigações, prestando todos os esclarecimentos à sociedade sobre o episódio e deixando claro que se trata de um caso de polícia e não de política”.
Não se presta a este papel
O delegado de Itumbiara, Ricardo Chueire, refutou a acusação de armação em entrevista ao Jornal do Tocantins deste domingo. Chueire disse que ele e seus companheiros da delegacia “não se prestam a esse tipo de papel”. “Infelizmente hoje, no Brasil, todas as vezes que alguém se sente atacado pela Polícia ou tem algum interesse contrariado, ou critica a polícia, ou fala que é armação”, lamentou o delegado.
MARCELO MIRANDA É PROIBIDO DE USAR “ARMAÇÃO”
Nesse sábado, 20, o desembargador Ronaldo Eurípedes, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO), concedeu liminar à coligação “A Mudança que a Gente Vê” e ao governador Sandoval Cardoso (SD), suspendendo a propaganda da coligação “A Experiência Faz a Mudança”, do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB), que chama de “armação” a operação de Goiás.
O desembargador avaliou que a coligação de oposição e Marcelo Miranda “estariam se utilizando do programa destinado à propaganda eleitoral para incutir inverdades no eleitor, tentando incriminar os representantes (governistas) em ilícito penal, ao vincular sua imagem à armação de uma possível tramoia que levou à apreensão do avião”.
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