Desde 2002 que Augustinópolis, a terceira maior cidade da região conhecida como Bico do Papagaio, distante 533 quilômetros de Palmas, comporta uma cadeia pública de porte médio, atendendo três comarcas: Augustinópolis, Axixá e Itaguatins. Porém, a história dessa cadeia começou a mudar do mês de junho de 2018. À frente dessa mudança está o agente Antônio Marcos, que com pouco mais de um ano trabalhando no Sistema Penitenciário Prisional (Sispen) do Tocantins já responde pela direção daquela cadeia pública.
Para promover tais mudanças, ele usou conhecimentos pessoais adquiridos nos cursos de Pedagogia e Direito e pós-graduação em Gestão Educacional, o que resultou no equilíbrio do ambiente e em melhores condições de ressocialização dos detentos. Segundo ele, quando assumiu a gestão da unidade prisional, pensou na necessidade de melhorar o ambiente administrativo da unidade e ofertar projetos aos reeducandos. "Foi aí que resolvi procurar parcerias para dar celeridade às ações", confessou.
Dessa forma, o diretor buscou ajuda de instituições locais, principalmente o Poder Judiciário, mas também do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) e da Prefeitura Municipal. Conseguida a ajuda, fez melhorias no alojamento da unidade, na estética do ambiente administrativo com pintura e também na climatização, adquirindo novos aparelhos de ar condicionado. "Essas melhorias nos revigoram, dão ânimo para trabalhar e ainda tiram um pouco do estresse", comenta o agente que trabalha na unidade, Sérgio Rodrigo.
Após isso, a unidade voltou-se para implementação de projetos que beneficiam ainda os reeducandos, oferecendo-lhes a possibilidade de trabalhar e de estudar para remir pena. "O trabalho é inicial, não temos ainda um olhar prático para o retorno dessas ações, mas o que a gente espera é que esses atos e as atividades pedagógicas possam trazer perspectivas jurídicas e sociais aos reeducandos", disse a analista e pedagoga da unidade, Maria José dos Santos, com relação à implementação dos novos projetos.
Para o reeducando Antônio Luz Martins, o trabalho interno na cadeia gera convívio social. "O trabalho me dá foco, ajuda a aliviar a minha mente e adquirir novos conhecimentos", aponta. Já sobre a chegada de novos projetos, ele diz a maioria dos detentos é de origem carente, que sempre estiveram à margem da sociedade. "Agora, podendo estudar, acredito que esse conhecimento abre portas para uma visão diferente, para uma vida melhor, para uma realidade melhor", opinou. (SECOM-TO / Willian Borges)
Publicado em Tocantins na Edição Nº 16261
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