O deputado estadual Ricardo Ayres (PSB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa na manhã dessa quinta-feira, 25, para chamar a atenção da situação econômica e de gestão do Estado do Tocantins. O parlamentar argumentou sobre a redução do poder de investimento, extinção de projetos e concessões feitas aos longo dos anos de "maneira irresponsável e sem planejamento que inviabilizam o Estado".
Segundo os dados apresentados por Ayres, em 1998 o orçamento do Tocantins era de aproximadamente 1,7 bilhão, onde 26% era revertido em investimentos, já em 2017 o orçamento foi de mais de 12 bilhões e menos 2% para investimento em obras e projetos. "Não temos mais investimento, vai quase tudo para folha, custeio da máquina e aluguéis. É extremamente grave a situação que estamos vivendo, existe um comprometimento das finanças do Estado, com a manutenção do Estado", disse.
Peso da Folha
Ricardo Ayres destacou o peso da folha de pagamentos no custeio do Estado. Ao repercutir o material publicado nos sites do Estado do Brasil, o deputado registrou que no Tocantins, em 2017, 55% do orçamento foi para o pagamento de servidores e até 2022 esse percentual pode ultrapassar os 80%. "Precisamos de uma reforma administrativa. Temos que reestruturar o Estado e não só no Executivo, mas passando por essa Casa de Leis, o Tribunal de Justiça e outros órgãos. Não podemos legislar só para nós mesmos e para o serviço público", defendeu.
Entretanto, mesmo eleito na oposição, Ayres defendeu que este não é um problema exclusivo do atual governador, mas que se deu ao longo tempo e foi agravado pelas sucessivas reeleições e eleições extemporâneas e solicitou que Mauro Carlesse (PHS) promova as reformas necessárias. "O Estado não foi criado para nós nos servimos, mas para que possamos servir a população. Temos que unir forças, o Tocantins passa por um momento de travessia e eu estarei aqui ajudando o nosso Estado".

Crise de representatividade
Ao falar da extinção de programas e projetos como os Pioneiros Mirins, Juventude Cidadã, habitação popular, Proeducar, Bolsa Universidade e Programas da Assistência Social, dentre outros, Ayres pontuou que o Estado não está se fazendo presente "na ponta", nas pessoas mais fracas de representatividade. "A gente foi se afastando da sociedade, da realidade de quem vive nos rincões do Estado. Não podemos legislar apenas para por quem se faz representado por associações e sindicatos. Temos que defender aqui nessa Casa, também, que não tem voz nem representantes", concluiu.