Eduardo Azevedo *

Ao ver minha então cidade transmitida por um dos programas jornalísticos da globo, o Profissão Repórter, já me veio à cabeça, e acredito que na grande parte dos cidadãos que aqui residem ou que conhecem um pouco da cultura da nossa capital, a seguinte a afirmação: Lá vem! (...) E veio.
O programa veiculado no dia 22 de maio de 2012, tinha como tema “A busca pela fama: Conheça histórias de pessoas que fazem de tudo para virar notícia e sair do anonimato”, e ainda “O trabalho dos assessores para tentar transformar desconhecidos em celebridades”. Assunto que passaria quase despercebido pelo morador de Palmas, não fosse o caso da capital ser uma das cidades escolhidas para representar o tema abordado.
Lugares conhecidos foram mostrados. Festa no flutuante colocada como “da alta sociedade” também. E uma colunista como “guia” desses dos mais acentuados pontos de encontro da “alta sociedade” palmense, contribuíram para a divulgação da capital do Tocantins. E o assunto mais comentado no facebook e twitter, que eu pude perceber, foi a casa do empresário conhecido como “Fabiano Parafusos”, (sobrenome que faz alusão ao tipo de mercado em que ele trabalha) mostrada em uma parte do programa da globo.
Do closet da pequena filha até a “produção” de chuva na parte externa da casa, a mansão deixou algumas pessoas com inveja e outras, ambientalistas, indignadas com o possível desperdício de água. Segundo declarações do empresário, ele passou de vendedor de cachorro quente a milionário. Parabéns. E matéria conseguiu seguir o tema inicial proposto pelo programa da globo.
Mas a crítica colocada no momento, é a questão da relação entre palavras “coluna” e “social”, e o seu uso, digamos, inadequado. Ao estudar comunicação, também social, aprendemos que devemos comunicar a todos sem distinção de cor, sexo, orientação sexual, classe social de maneira clara e objetiva com observação e cuidado na apuração dos fatos, para que a notícia tenha qualidade informativa à sociedade.
Em discussão online com colegas sobre a motivo das “colunas sociais” de Palmas não tratarem de forma igualitária a sociedade, chegamos a uma conclusão: esse nome não é adequado para tratar os assuntos informados em suas publicações. Isso, como afirmado na discussão por uma amigo, é “coluna pseudo social”, ou poderia ser chamado de “coluna de 1ª (primeira) classe social”, completou.
Para finalizar a troca ideias, um professor, também jornalista, completou a discussão com a seguinte afirmação, “Elas (colunas sociais) com esse nome equivocado, mas que é a própria cara de maquiagem plus do colunismo social, existem mesmo em toda parte. São fúteis, mas não comprometem. estão lá no canto delas, são coadjuvantes de terceira categoria, têm seus leitores e passam sem causar tumulto. O que me choca em palmas é a proporção que elas têm, é a quantidade de colunistas. Jornalismo de revista aqui, então, é paraíso desse tipo de comunicador”.
Elas não prejudicam, mas poderiam complementar, haja vista o espaço grandioso que elas ocupam nos veículos de comunicação. Mas a verdade é o que o “social” não é interessante ao capitalismo. Ele só passa a ser visto a partir do momento em que há algo que fere os preceitos morais e éticos da sociedade. E isso, obviamente não é mostrado nas colunas sociais. Vejamos então risos, festas e gente “famosa” todos os dias, e no mais, uma frase de algum filósofo famoso.

* Acadêmico de Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins