Em um passeio pelo supermercado fica fácil perceber: ovos de Páscoa direcionados ao público infantil se espalham pelas prateleiras. São chocolates com personagens e brindes, impregnados de apelo ao consumismo. A prática fere a Resolução nº 163, em vigor há um ano, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que dispõe sobre a abusividade do direcionamento de publicidade e de comunicação mercadológica à criança e ao adolescente.
Segundo texto do Conselho, utilizar-se de personagens e distribuir brindes com apelo ao público infantil, é uma prática abusiva.
Mas por que será que nada parece ter mudado com a publicação da norma? Segundo o Movimento Infância Livre de Consumismo (Milc), faltam denúncias junto a órgãos fiscalizadores e de defesa ao consumidor.
Para mudar esta realidade, o Milc está propondo uma campanha em que, além do tradicional boicote às marcas e estabelecimentos que oferecem esses produtos, sejam feitas denúncias ao Procon de cada estado e ao Ministério Público. A ideia é aproveitar a data para por fim a uma série de abusos gerados pela publicidade dirigida ao público infantil, utilizando as vulnerabilidades da faixa etária.