(PALMAS-TO) - É com lágrimas nos olhos que Maria do Socorro Martins de 43 anos, conta como descobriu o câncer de mama em 2011. Durante a gestação da filha caçula, ela percebeu a formação de nódulo no seio, mas teve de esperar o parto para realizar o exame que detectou a doença. "Sentia muita dor durante a gravidez. Fiz a cirurgia e por isso não pude amamentar minha filha, foi muito difícil", lamenta. Socorro já fez sessões de quimioterapia, e terá de fazer novas sessões neste mês. Ela está sendo assistida no Hospital Geral de Palmas (HGP) e recebe apoio também da Liga Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer.
Neste mês de outubro, quando os tons de rosa iluminando órgãos públicos e instituições reforçam o combate à doença, é preciso alertar para a importância da prevenção e diagnóstico precoce. "As mulheres precisam ter em mente que o câncer tem cura. Muitas recebem o diagnóstico no consultório como uma sentença de morte, e não é assim. Eu passei por isso, e hoje estou com saúde, agradeço a Deus por tudo a todo o momento. Faço questão que as pessoas saibam que eu já tive câncer", alerta Reila Diniz, voluntária da Liga do Câncer.
Para prevenir a doença ou fazer o diagnostico precoce do câncer de mama, o governo do Estado está possibilitando o acesso de mulheres de todas as regiões do Tocantins a exames e acompanhamento médico com as carretas do programa Saúde Cidadã, Saúde da Mulher. Nestes consultórios móveis, as mulheres fazem mamografias, ultrassonografias, exames preventivos de câncer de útero.
A idade continua sendo o principal fator de risco para o câncer de mama, as taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, o risco é menor. Contudo, outros fatores podem ser relacionados: vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer da mama e alta densidade do tecido mamário. O processo de urbanização da sociedade e a exposição à radiação ionizante, também são fatores relacionados à incidência. A amamentação é considerada um fator de proteção e está associada a um menor risco de desenvolver esse tipo de câncer.

Números
O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente na população e o mais comum entre as mulheres. Depois dos tumores da pele não melanoma, o câncer de mama é o mais frequente nas mulheres das regiões Sudeste (69/100 mil), Sul (65/100 mil), Centro-Oeste (48/100 mil) e Nordeste (32/100 mil). Na região Norte é o segundo tumor mais incidente (19/100 mil), de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Dados da Secretária de Estado da Saúde (Sesau) apontam redução nas notificações de câncer no período de cinco anos no Tocantins. Em 2007 foram 139 agravos de câncer de mama notificados, já em 2012 esse número caiu para 52 notificações. Entre os anos de 2007 e 2012, o número total foi de 672 casos.

Sobre a mobilização
O chamado "Outubro Rosa", movimento de conscientização com atividades voltadas ao diagnóstico e prevenção da doença surgiu na década de 1990 nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo. Em Palmas, há cinco anos os tons de rosa dão uma nova iluminação à cidade. O rosa remete à cor do laço que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas, e instituições públicas.
Elaize Fonseca de Arruda, Presidente da Liga Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer, explica que além da cor espalhada pela cidade, diversas palestras serão realizadas durante todo o mês na capital para que as mulheres entendam a necessidade de realizar a prevenção. "Nosso foco maior é a prevenção, porque ela é o maior remédio. Mas o diagnóstico não é o fim da vida. Em torno de 600 pessoas fazem tratamento no HGP, nós damos assistência ao portador de câncer de baixa renda", ponderou.