(PALMAS-TO) - O deputado federal Osvaldo Reis (PMDB) confirmou o que a imprensa já vinha antecipando: não disputará mais a reeleição. Ele alega vários motivos para tomar a decisão, que deve ser comunicada depois do almoço ao candidato a governador da coligação “A Experiência Faz a Mudança”, Marcelo Miranda (PMDB), e à senadora Kátia Abreu (PMDB). “Me sinto um pouco desprestigiado”, revelou Osvaldo Reis. Segundo ele, a desistência vai ser oficializada nesta quinta-feira, 16, ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
O parlamentar disse que está sem recursos para a campanha. “Porque faço campanha com os meus recursos, não pego dinheiro de ninguém, não alugo meu gabinete, que é do povo”, afirmou Osvaldo. Ele ressaltou ainda que os que gastam muito nas eleições, usam “um dinheiro que não é deles”.
Osvaldo avaliou que a política hoje virou “um negócio”. “Não vale mais as propostas, as ideias. Não concordo com isso e não participo”, disse. Outro fator que o levou a desistir da disputa foi a morte recente da esposa.

Pouco voto para  muito candidato
O deputado admitiu que a candidatura da ex-primeira-dama Dulce Miranda (PMDB) a deputada federal atrapalhou seu projeto de reeleição. “Primeiro porque ela é da região de Araguaína, depois por ter sido primeira-dama por duas vezes e por ser esposa do Marcelo, que está muito prestigiado na região norte”, disse Osvaldo Reis.
O parlamentar também avaliou que Araguaína tem, com ele, cinco candidatos a deputado federal e “poucos votos na região”. “A Dulce disputa o mesmo espaço comigo, e isso vai diminuir ainda mais os nossos votos”, disse.
Contudo, Osvaldo defendeu o direito do deputado federal Irajá Abreu (PSD) ir à reeleição. “Ele já é deputado, não é justo que retire sua candidatura”, disse. Federais descontentes também questionam a candidatura dele, por ser filho da candidata da majoritária Kátia Abreu.

Primeiro suplente de  Katia
O deputado disse que, diante desse cenário, acreditava que seria o primeiro suplente da senadora Kátia Abreu. “Mas foi tudo ao contrário. Deram a vaga para o PT, para um rapaz que o Tocantins não gosta dele, inclusive eu”, disparou contra o ex-presidente petista Donizeti Nogueira.
Osvaldo disse que “o PT nunca conseguiu sequer eleger um deputado federal”. “Mas eles estão bem resolvidos lá, não precisam de mim”, afirmou, revelando o descontentamento.

Mais prestígio
O parlamentar ressaltou ainda que a luta que travou ao lado dos “Autênticos” não foi contra pessoas, mas em defesa do partido, que, segundo Osvaldo, “diminuiu” com essa disputa com o grupo do deputado federal Júnior Coimbra. Porém, admitiu que não houve compromissos firmados com ele para a eleição. “Houve conversas, mas não compromissos. Não sou melhor que ninguém, mas tenho muito mais prestígio do que as pessoas que foram prestigiadas por ‘eles’”, garantiu.
Osvaldo foi o segundo candidato a deputado federal da coligação de Marcelo e Kátia a desistir de concorrer às eleições. Semana passada, o ex-senador Leomar Quintanilha também retirou seu nome.
Os candidatos a federal da coligação defendiam que a candidatura de Dulce fosse retirada para dar condições de competitividade à coligação.
No dia 9, Osvaldo chegou a desabafar a insatisfação em sua página no Facebook, ao cumprimentar Bruno Gaguim, por ter desistido de disputar a eleição, por causa do pai, o ex-governador Carlos Gaguim: “São atitudes como essa que engrandecem a democracia no Tocantins, trazem dignidade e equilíbrio à disputa política”, alfinetou o deputado federal, e concluiu: “A ‘familiocracia’ só garante o ganho pessoal e familiar, impossibilitando a disputa justa nas urnas”.