PALMAS - A Polícia Federal (PF) realizou nessa quinta-feira, 12, a Operação Voo Livre, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico de aves e outros animais silvestres. Foram cumpridos dez mandados de prisão preventiva, 15 de busca e apreensão e dez de condução coercitiva no Tocantins, Goiás e São Paulo.
A PF apurou que a organização criminosa caçava os animais na Bahia, Tocantins e Pará e depois os vendia em Goiás e São Paulo. Suspeita-se que grande parte das aves seja do Parque Nacional do Jalapão, uma unidade de conservação federal, conhecida por ser um refúgio natural de vida selvagem.
Os integrantes do grupo criminoso realizam tarefas diferentes. Os coletores, que residem próximos à natureza, retiravam os animais do meio ambiente; os comerciantes faziam do comércio ilegal de aves seu meio de vida; e os financiadores disponibilizavam os recursos para os comerciantes praticarem o crime.
Um pássaro recém-saído do habitat custava em torno de R$ 65,00, depois pode ser vendido por até R$ 2 mil, dependendo da espécie. Durante as investigações, mais de 500 aves foram apreendidas. Muitas, ainda filhotes, eram transportadas em espaços sufocantes, para dificultar a fiscalização.
Também há indícios de que a organização criminosa realizava a falsificação de anilhas, os selos de identificação dos animais, e promoviam a venda para o exterior.
Os integrantes da quadrilha serão indiciados pela prática dos crimes de receptação qualificada (art. 180, § 1º, do Código Penal), associação criminosa (art. 288 do Código Penal), falsificação de selo público federal (art. 296 do Código Penal), maus tratos e comércio interestadual de animais silvestres (arts. 29 e 32 da Lei 9.605/98) e organização criminosa (art. 2º da Lei 12850/2013). As penas somadas podem ultrapassar 15 anos de prisão.