A Renault acabou de lançar o novo Fluence 2015, versão atualizada do Sedã médio produzido em Córdoba, Argentina. O modelo estreou durante o Salão do Automóvel de São Paulo e já está a caminho das concessionárias de todo o País, com preço inicial de R$ 66.890 (mesmo valor da linha 2014) e muitas novidades que devem reavivá-lo diante da forte concorrência.
Entre as principais mudanças, o novo Fluence passa a exibir design renovado, com destaque para a dianteira, que foi amplamente revisada. Os faróis mantiveram as formas, mas o para-choques e a grade foram totalmente redesenhados dentro do novo padrão estético da marca. Ainda na dianteira, as luzes de neblina agora trazem LEDs diurnos (permanentemente acesos), que realçam a sofisticação.
Atrás, as lanternas foram levemente remodeladas e ganharam LEDs nas versões tops, seguindo a tendência do segmento. Já na cabine, vários elementos foram atualizados, mas o design mantém os traços originais. Destaque para o quadro de instrumentos, que adota o velocímetro digital já presente na antiga versão turbo (que saiu de linha). No geral, o acabamento é sóbrio, mas transmite qualidade.
Além de deixar o Fluence mais bonito, a reestilização também buscou sanar algumas deficiências do sedã, entre elas a central multimídia com tela no painel. O sistema anterior era operado por controle remoto e tinha navegação um tanto complicada. Em seu lugar entra a R-Link, mesma central usada por modelos europeus da marca, com GPS integrado (da TomTom), sistema de áudio 3D e tela tátil de 7 polegadas.
Mais sofisticada que a Media NAV (usada por Duster, Logan e Sandero), a R-Link também possui comando de voz, indicador de condução econômica e tela multitoque, que permite afastar e aproximar imagens e mapas com o movimentos dos dedos — como nas telas de tablets e smartphones. Na versão topo de linha Privilège (R$ 82.990) há ainda câmera de ré integrada.
Novo pacote, muito recheio
Com a atualização, o Fluence 2015 passa a oferecer a configuração inédita Dynamique CVT Plus (R$ 74.890), que chega com expectativa de responder por nada menos que 50% das vendas. Além de incluir a central R-Link, esta traz revestimento em couro nos bancos, com costura pespontada e interior mais requintado. E a lista de equipamentos segue sendo uma das mais completas.
Há, por exemplo, air bags frontais e laterais, freios ABS, chave presencial com partida do motor por botão e sistema Isofix de fixação de cadeirinhas infantis — este último novidade. Entre os itens de conforto, estão ar-condicionado de duas zonas, direção com assistência elétrica, controle de cruzeiro, ajustes de altura e profundidade do volante, faróis e limpadores automáticos, trio elétrico e alarme.
Mecânica é a mesma
Ao volante, tudo igual: o Fluence 2015 mantém o conhecido 2.0 16V flex, capaz de gerar 140 cv com gasolina e 143 cv com etanol sempre aos 6.000 giros. Na comparação com motores de sedãs rivais, as potências não impressionam, mas o torque do Renault sobressai, com 19,9/20,3 kgfm despejados aos 3.750 rpm. Há opção de câmbios manual de seis marchas e o CVT X-Tronic com seis relações simuladas.
Durante o lançamento, aceleramos o novo Fluence da capital paulista até o distrito de Sousas, em Campinas. Na prática, o sedã médio montado na argentina manteve as virtudes e deficiências anteriores. Experimentamos a versão mais cara, e o comportamento do câmbio CVT (automático, continuamente variável) deixa o desempenho “anestesiado”, com acelerações e giros descompassados.
Beleza com conteúdo
Sem grandes revoluções, o novo Fluence pretende unir linhas belas e joviais a um conteúdo de série farto, sobretudo na comparação com a dupla que domina do segmento — Honda Civic e Toyota Corolla. A estratégia funcionou nos primeiros anos de vendas do sedã, que chegou a ser o quarto mais vendido do segmento. A diferença é que não haviam tantos adversários na época, e alguns rivais diretos estavam “envelhecidos”.
Além disso, a mecânica, apesar de robusta, esbarra em motores mais potentes na concorrência — Citroën C4 Lounge e Peugeot 408, por exemplo, usam o consagrado 1.6 turbo de 165 cv desenvolvido em parceria com a BMW. Na ponta do lápis, o Fluence mistura uma proposta conservadora a um visual mais descolado, com preços atraentes e planos de revisões mais baratos. Como os brasileiros adoram design e comodidades, pode dar certo.
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