(PALMAS-TO) - O novo reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Márcio da Silveira, em entrevista coletiva à imprensa nesta quarta-feira, 6, afirmou que assume a universidade tendo desafios. “Vamos batalhar pela descentralização dos polos da UFT até o final da nossa gestão. Hoje a UFT tem apenas um CNPJ e queremos que cada um tomem suas decisões de maneira autônoma tanto administrativa como também financeiramente”, garantiu Silveira.
Ainda conforme o novo reitor, outro desafio que não pode ser esquecido é manter o diálogo com a comunidade. “A democracia é pauta da bandeira da UFT. Por exemplo, passamos por um momento de greve e todos precisam entender que estamos no mesmo barco da educação”, enfatizou.
Silveira disse ainda que espera que o governo federal se comprometa com “salários mais dignos para a educação”. “Nós seremos voz ativa dentro da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes)”, comentou.
Com o slogan “Cuidar do que temos, crescer com qualidade” Silveira ganhou a eleição com 54,8% dos votos e uma das promessas de campanha dele foi a implantação o Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pinaes), para que os alunos de baixa renda permaneçam na instituição.
A solenidade de posse de Márcio da Silveira aconteceu nesta quarta-feira no Centro Universitário Integrado de Ciência, Cultura e Arte (Cuica), da UFT. A nomeação do novo reitor já está publicada no Diário Oficial da União, desta terça-feira, 5.

Ex-reitor
Já o ex-reitor Alan Barbiero disse que deixa o cargo com o sentimento de dever cumprido. “Hoje temos orgulho de termos universidade federal que a cada ano se preocupa com os estudantes. Foram oito anos e sete meses à frente da administração da universidade e afirmo que ela cresceu muito nestes últimos anos e que a deixamos em um patamar superior àquele que encontrado quando assumimos”, disse Barbiero, lembrando que quando foi eleito em 2003, a UTF tinha como orçamento R$ 20 milhões e deixa em torno de R$ 180 milhões.
Segundo ele, a UFT é reconhecida nacionalmente. “A UFT hoje é uma realidade, é uma instituição que tem credibilidade e possui competência acadêmica, pois é a terceira maior produção científica da região Norte, a terceira maior universidade da região Norte e a maior do Tocantins”, enfatizou o ex-reitor, afirmando que a nova gestão que toma posse nesta quarta-feira “fará um brilhante trabalho”.
Barbiero afirmou que, se pudesse, não permaneceria à frente da administração da UFT. “Sou motivado por novos desafios e acredito que a nossa contribuição foi dada e agora vamos contribuir em outros espaços”, disse.

Greves
Questionado quanto ao atraso no calendário para os novos acadêmicos, Barbiero garantiu de que eles não serão prejudicados. “Sempre fizemos um trabalho de reposição de aula e nunca houve prejuízo para os estudantes. O momento é sensível e esperamos que o governo federal atenda rapidamente as reivindicações dos movimentos grevistas e que haja um entendimento entre os sindicatos nacionais e o governo federal. Não foi a primeira e nem será a última que passaremos”, complementou.
Os professores que entraram em greve dia 25 de maio pleiteiam carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (atualmente calculado em R$ 2.329,35), e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho.
Os professores também reclamam da política de expansão das universidades federais feitas pelo governo através do programa Reuni. Segundo a Andifes, a expansão foi feita às pressas e provocou a queda das condições de trabalho, com salas lotadas, excesso de disciplinas e de orientações na graduação e na pós-graduação, ausência de laboratórios e estrutura para pesquisa e extensão, e de uma política efetiva de assistência estudantil.