Após a realização dos exames, não há necessidade do DNA por não se tratar de material humano

O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) divulgou que exames realizados na matéria orgânica e nos fragmentos ósseos encontrados no interior do jacaré-açu, suspeito de atacar e matar Rogério Marques de Oliveira, 41 anos, na região urbana de Araguacema, não procedem. O descarte da suspeita ocorreu após o Instituto de Medicina Legal do Tocantins (IML) ter divulgado a realização de exames anatomopatológico e antropológico definitivos.
A suspeita de ataque a Rogério aconteceu no mês de abril. O material examinado pelo IML foi encontrado na barriga de um jacaré-açu por parentes do homem desaparecido dias antes, na região de Araguacema. Até então, os familiares acreditavam que os restos fossem parte do corpo do familiar.
Segundo o perito médico legista, Jorge Pereira Guardiola, diretor do IML, após a realização dos dois exames não há necessidade do exame de DNA por não se tratar de material humano. “No exame microscópico, inclusive a medula óssea foi examinada. Para chegar ao resultado final, o material ósseo foi submetido à descalcificação em meio ácido e laminados, corados com Hematoxilina (HE)/Eosina e analisados sobre microscopia óptica”, explicou o perito, ressaltando que, mesmo durante o exame macroscópico, feito no mês de abril pelo Instituto, a coloração e a textura da pele, comparada com material humano, já indicava a desnecessidade do exame de DNA.

Orientação
Diante do laudo do IML, o Naturatins orienta os turistas que irão frequentar as praias do Rio Araguaia que se formam no município de Araguacema e reforça a atenção e cuidados que os visitantes devem ter por ocasião da temporada de férias, quando o local é bem frequentado. De acordo com a médica veterinária e supervisora de fauna do Naturatins, Grasiela Pacheco, em caso de suspeitas de ataques por animais silvestres, a comunidade deve solicitar o auxílio do Instituto e aguardar resultados da averiguação técnica, informou.
A supervisora alerta que reincidência de casos de mortes por retaliação está sendo observada e registrada. “A fauna silvestre mantém um papel importante no equilíbrio da cadeia alimentar e promove o controle populacional entre as espécies, evitando que a superpopulação de um único tipo se torne praga e promova um descontrole no ecossistema, como os casos de piranha”, disse a supervisora.
Já o engenheiro ambiental e diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto, Maurício Araújo, destacou que matar animais silvestres é crime. E ressaltou que apesar do animal geralmente se afastar com a movimentação em águas rasas, as pessoas não devem se descuidar. “A maioria das pessoas já sabe que é importante não incentivar a aproximação do animal, evitando jogar restos de comida nas proximidades de locais de banhos. Também é importante evitar mergulhos em águas profundas e especialmente em locais com pouca movimentação, em períodos próximos ao anoitecer”, orientou o diretor.  (Com informações da Ascom do Naturatins)