Fábrica de embarcações Juruá (AM)

(JURUÁ-AM) - O secretário da Indústria e Comércio, Ernani Siqueira, se reuniu com dois grandes grupos da indústria naval no Amazonas que têm interesse em se instalar no Estado acreditando no seu potencial e na efetividade da navegabilidade do rio Tocantins. Ernani e a equipe técnica da Secretaria Estadual da Indústria e Comércio (SIC) realizaram articulações com empresários do setor naval durante a programação da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2011), em Manaus, de 26 a 29. No fim de semana, o secretário conheceu as instalações da fábrica Juruá Estaleiros e Navegação Ltda. e reuniu-se com o empresário Alcimar da Silva Mota, da Estaleiro Bibi Ltda, que é associado ao Sindicato Nacional da Indústria Naval, na programação da Feira Internacional da Amazônia (FIAM). Participaram do evento ainda empresários holandeses que estão interessados em atuar no mercado naval tocantinense.
Para o secretário, a atração da indústria de construção naval ao Estado é essencial para fomentar a economia regional, além da geração de empregos e renda. Ernani aponta também que a integração regional e a questão da logística são preocupações constantes dos estados da Região Norte, sendo um fator importante para a atração de investimentos para o Tocantins. “Com uma indústria naval no Tocantins vamos aumentar a competitividade do agronegócio, que carece de falta de uma oferta de transporte hidroviário estratégico para o granel seco de grãos. A posição estratégica do Estado já é reconhecida e temos que fomentar isso de forma a trazer ganhos para a nossa economia e desenvolvimento, transformando os números em qualidade de vida para o nosso povo. Esse é o desejo e meta do governador Siqueira Campos e do seu Governo”, declara.
De acordo com o empresário Francisco Camely, proprietário da Juruá Estaleiros e Navegação Ltda., a posição estratégica do Estado, associada à baixa oscilação no nível da água no rio Tocantins e à facilidade de chegada de matéria-prima para a produção, são fatores que fazem do Tocantins um lugar extremamente atrativo para instalar sua indústria naval. A Juruá utiliza entre 10 e 11 mil toneladas de aço anualmente e possui 260 funcionários diretos, com salários que vão de R$ 800 a R$ 12 mil por mês.
“O aço que usamos para a fabricação de embarcações vem de Minas Gerais para Manaus e no Tocantins é mais fácil de chegar. No Tocantins é mais fácil a produção porque o desnível do rio é de 40 centímetros e aqui é de 15 até 16 metros. O Tocantins é o melhor lugar para ter um estaleiro no Brasil”, afirma Camely, acrescentando que seu produto ganharia mais competitividade se fosse produzido no Estado.
“O potencial é muito grande e vale a pena investir no Tocantins. Antes do dia 15 irei ao Estado para realizar as negociações e se tudo der certo já vou procurar a área para a instalação do nosso estaleiro”, destaca o empresário do Estaleiro Bibi, Alcimar da Silva Mota.

Porto no Tocantins
Em processo de licenciamento ambiental para instalação às margens do rio Tocantins, o Porto de Praia Norte será uma rota alternativa de saída do corredor Centro-Norte, com o Tocantins ao centro, rumo ao Atlântico. É um empreendimento de grande porte que contará com investimento da empresa Eurolatina de R$ 372 milhões e vai gerar cerca de mil vagas de empregos diretos para os moradores do Bico do Papagaio. No local serão instalados estaleiros, balanças para caminhões, centro frigorífico, guindaste e outros empreendimentos. De acordo com a Eurolatina, o Porto de Praia Norte será construído em oito fases e terá uma área de 75 hectares.
Interligado e estratégico, o Porto de Praia Norte colocará o Bico do Papagaio e o Tocantins na rota de três dos principais portos do Brasil: o de Manaus, no Amazonas; de Belém, no Pará; e o de Itaqui, no Maranhão. Com a finalização da eclusa de Tucuruí, no Pará, já é possível navegar de Manaus até Praia Norte. Isso significa, na prática, que as indústrias da Zona Franca de Manaus (ZFM) não precisarão passar necessariamente por Belém para escoar sua produção para o restante do Brasil. As barcaças poderão navegar de Manaus direto para Praia Norte, desembarcar as mercadorias no porto do município e seguir o restante do trajeto pelo modal rodoviário, através da BR-153, ou pelo modal ferroviário, com a conclusão da Ferrovia Norte Sul.