(PALMAS-TO) - O Ministério Público (MPE) pediu o afastamento, pelo período de 60 dias, do prefeito de Axixá, Ruidiard de Sousa Brito (PT), por transferência de bem público para terceiro, despesas ilegais com diárias, repasse de recursos para a Associação Tocantinense dos Municípios (ATM) acima do permitido, entre outras irregularidades. Brito é candidato à reeleição.
O promotor Paulo Sérgio Ferreira de Almeida argumenta que o afastamento temporário do prefeito é necessário porque ele teria acesso às provas e poderia destruí-las, maquiar ou esconder fatos por meio da adulteração de documentos, inclusive com uma possível adulteração na formalização de processos com data retroativa, e até mesmo aliciar testemunhas.
Conforme a assessoria de comunicação do MPE, na Ação Civil Pública, por ato de improbidade administrativa, protocolada no dia 10, por Paulo Sérgio, são apontadas diversas irregularidades, dentre elas o empréstimo de um aparelho de raio X pertencente ao município, para um médico residente em outro estado.
Ainda conforme a Ação, o prefeito teria compensado indevidamente a contribuição previdenciária no período de janeiro a agosto de 2011, no valor correspondente a R$ 1.153.325,59, com o intuito de conseguir vantagens políticas e beneficiar aliados políticos e pessoais.
De acordo com a publicação do MPE, a Promotoria constatou que Ruidiard violou o sistema tributário municipal, ao deixar de fiscalizar e cobrar o pagamento de tributos. “Ficou evidente durante a apuração dos fatos, que o Prefeito não inscreveu ninguém na dívida ativa, não lançou tributos, e não constituiu cadastro de contribuintes do Imposto sobre Serviços (ISS) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), não existem processos administrativos tributários e nem execuções fiscais, tudo para ganhar a simpatia da população e beneficiar pessoas ligadas a ele”, relatou o Promotor.
Para o promotor o Prefeito deixou de repassar às instituições bancárias os valores descontados dos servidores em empréstimos consignados, no valor de R$ 140.002,82. Ruidiard também teria repassado para a Associação Tocantinense dos Municípios (ATM), em 2011, R$ 28.420,68, sendo que o valor era de apenas R$ 11.132,31, ou seja, R$ 17.288, 37 a mais do que a lei permite.
Segunda a assessoria de comunicação do MPE, na ação Paulo Sérgio afirma que Ruidiard de Sousa também é acusado de autorizar despesas com diárias sem comprovar sua necessidade e se o beneficiário realizaria ou realizou, de fato, a viagem declarada, além de ter fracionado despesas no valor de R$ 24.864, 21 para a aquisição de material gráfico e hospitalar.
Na Ação, o prejuízo estimado causado ao patrimônio público é R$ 1.335.480,99. Além do afastamento temporário, Paulo Sérgio pede bloqueio de bens do prefeito com o objetivo de resguardar o ressarcimento ao erário, a busca e apreensão do equipamento de Raio X, de processos administrativos referentes à concessão de diárias, de processos administrativos referentes à compensação de créditos perante ao INSS.
No mérito, a Promotoria pede a condenação do prefeito à perda de bens ou valores oriundos de enriquecimento ilícito, ressarcimento integral ao dano causado ao patrimônio público, perda da função pública, suspensão de direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa e a proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios e incentivos fiscais.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 14457
MPE pede afastamento temporário do prefeito de Axixá por causa de irregularidades na gestão
Promotoria também pede bloqueio de bens de Ruidiard de Sousa Brito para ressarcir o erário
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