Nessa terça-feira (26), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a recuar e, por volta das 7h30 (horário de Brasília), perdiam entre 3,75 e 4,50 pontos entre os contratos mais negociados. Os dois primeiros vencimentos novamente operavam abaixo de US$ 8,80 por bushel, e os demais, ligeiramente acima.
O mercado internacional ainda não conta com informações que possam tirá-la de seu intervalo entre os patamares de suporte e resistência e, assim, segue se comportando de forma técnica e sem trazer oscilações mais fortes. Dessa forma, os traders já devolvem, portanto, as ligeiras altas registradas no final do pregão dessa segunda-feira (25).
Entre os fundamentos, as informações também têm um peso duplo sobre os negócios. Do lado da demanda ainda são bastante positivas, porém, os compradores ainda são mais atraídos pelo produto brasileiro neste momento, em função de uma melhor relação com o câmbio. Por outro lado, as especulações sobre a conclusão da safra da América do Sul e o início da nova dos Estados Unidos ainda não têm terreno suficiente também para estimular as cotações de forma mais expressiva. 
Na primeira sessão desta semana, o mercado da soja caminhou de lado durante todo o dia na Bolsa de Chicago, testando os dois lados da tabela. Assim, nessa segunda-feira (25), as posições mais negociadas encerraram o dia com leves altas de pouco mais de 4 pontos e todos os contratos, entre os mais negociados, acima dos US$ 8,80 por bushel. O maio/16, que serve como referência para a safra brasileira, terminou o pregão valendo US$ 8,81.
Os preços voltaram a exibir um dia de mercado morno, com poucas novidades que pudessem retirar as cotações de um intervalo ainda bem estabelecido onde trabalham e que, para alguns analistas, varia de US$ 8,60 a US$ 8,90 por bushel. E até que novas informações cheguem para fortalecer as cotações, esse deverá ser o cenário. 
Além disso, no mercado internacional, as melhores condições climáticas no Brasil parecem ter reduzido o peso das especulações sobre a safra de soja que deve chegar da América do Sul ao mercado mundial. Ainda assim, o real tamanho da safra brasileira não é conhecido e, ainda de acordo com alguns analistas, deverá ser melhor recebido na medida em que a colheita avança no país e traz índices mais fortes de produtividade.
“O mercado da soja está mais lento hoje diante da força da demanda pesando sobre as expectativas ainda de uma grande safra sul-americana”, explica Bryce Knorr, analista de mercado do site internacional Farm Futures. “As questões continuam sobre qual o tamanho da colheita sul-americana e quanto de soja a China vai importar neste ano. Mas essas preocupações ainda são insuficientes para afastar a sazonalidade de um mercado mais pressionado nesse momento”, completa.
Ainda do lado da demanda, o setor de biocombustíveis também favorece a formação das cotações, segundo explicam analistas da Agrinvest Commodities. “Em 2015 o consumo de biodiesel ficou em 2.1 bilhões de galões, novo recorde. Por outro lado, a produção interna americana em 2015 foi de 1.42 bilhão de galões, ou seja, cerca de 1/3 do consumo interno americano vem sendo abastecido por produto importado. O questionamento de políticos é que empresas tem utilizado o subsídio do programa para importação do biodiesel, estimulando a produção fora do país”, explicam.

Mercado Brasileiro
No Brasil, o mercado também abriu a semana bastante calmo e sem grandes negócios, embora ainda se mostre descolado de Chicago. E completando o quadro, o dólar voltou a recuar nesta segunda-feira - fechando com 0,21% de baixa e cotado a R$ 4,1020. 
Assim, as referências de preços para a soja nos principais portos de exportação também não registraram muitas alterações, bem como aconteceu no interior do país. No terminal de Rio Grande, a soja disponível fechou cotada a R$ 86,50 por saca, enquanto a da nova safra fechou o dia valendo R$ 83,50. Já no terminal de Paranaguá, os últimos preços foram de, respectivamente, R$ 84,00 e R$ 82,50 por saca.