PALMAS - A estratégia de contar com o “fator surpresa” revelado pelo secretário estadual de Articulação Política, Paulo Sidnei, antes da eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, não deu certo. Os deputados “independentes” ficaram com todos os cargos impondo ao governo Marcelo Miranda (PMDB) a primeira grande derrota no Parlamento. A derrota teve contornos ainda mais sérios, porque na presidência e em outros cargos contou com um voto da base do Palácio Araguaia.
Na eleição da presidência, o deputado Osires Damaso (DEM) saiu reeleito presidente da Assembleia ao arrebanhar um voto da base governista e alcançar 14 votos contra os 10 que votaram em Eli Borges (Pros).
A vitória folgada dos independentes seguiu, sem contestação alguma, nas votações seguintes com Luana Ribeiro (PR) conquistando a 1ª vice-presidência com 13 votos contra 11 do deputado Eduardo do Dertins e a 2ª vice-presidência, com Mauro Carlesse (PTB) superando Nilton Franco (PMDB) por 14 a 10.
Porém, após Jorge Frederico (PSD) conquistar a 1ª secretaria, por 14 votos contra os 8 destinados a Toinho Andrade (PSD), os governistas chegaram a interromper a votação acusando que as cédulas de voto dos independentes estavam identificadas com letras e desenhos. Os governistas exigiam que essa suspeita constasse em ata e pediram, também, que todos as cédulas usadas na votação, cargo por cargo, fossem lacradas e preservadas. O presidente não cedeu às sucessivas pressões e as votações se seguiram com os independentes impondo sucessivas derrotas à base do governo.
A ampla maioria dos votos dos independentes se repetiu na 2ª secretaria com Elenil da Penha (PMDB), 13 votos, contra 11 de Valderez Castelo Branco (PP), placar semelhante à vitória de Júnior Evangelista (PRTB) sobre José Bonifácio (PR) na disputa pela 3ª secretaria. Na última votação, para a 4ª secretaria, Olyntho Neto (PSDB) bateu Amália Santana (PT) por 14 votos a 10.
Damaso
No primeiro discurso como reeleito, Damaso prometeu fazer uma gestão coerente e igualitária para todos os deputados. Antevendo debates inflamados entre as principais bancadas, prometeu equidade. “Conduzirei o trabalho buscando ser mais coerente ainda. Esta presidência jamais tirará o direito de cada parlamentar de buscar resultados mais positivos para o povo tocantinense”.
Damaso também citou que foi bastante pressionado nos últimos dias. “Compreendi e respeito a posição de cada um”, ressalvou, ao afirmar que, mesmo assim, buscou ser um candidato que representasse os 24 deputados.
Com um peemedebista
Desde o início da semana que o governo intensificou as investidas para tentar retirar votos do grupo que se intitulou de “independente”, formado por deputados de oposição. Inicialmente, eram 12 parlamentares, mas, durante a semana, chegaram a 13 com adesão de Elenil da Penha, do PMDB do governador Marcelo Miranda. Ao Blog CT, Elenil justificou a decisão dizendo que Damaso era mais conciliador e tem trânsito em todos os setores.
Sem conseguir quebrar a unidade do grupo, o Palácio Araguaia aceitou a mediação do prefeito de Palmas, Carlos Amastha, a partir de quinta-feira, 29. A ideia era sensibilizar os parlamentares com quem Amastha tem trânsito, caso de Ricardo Ayres (PSB), Cleiton Cardoso (PSL), Júnior Evangelista (PRTB) e Olyntho Neto (PSDB). Contudo, também sem sucesso, o prefeito fez um último esforço na tarde desse sábado, 31, com uma nota pública. O PSL de Cleiton Cardoso também emitiu uma nota. Também não resolveu.
Na noite desse sábado, o governo, que queria a candidatura de Paulo Mourão (PT), já aceitava que outros nomes saíssem candidatos desde que tirassem um voto dos 13 “independentes” e levassem até o grupo palaciano. Ninguém conseguiu. Assim, sem saída, apostou na possibilidade de empate ao escolher Eli Borges para a disputa. Como tem quatro mandatos, se houvesse empate, Eli seria eleito. Não houve e, para piorar, um palaciano traiu o grupo e votou em Osires.
Na manhã desse domingo, 1º, os 13 “independentes”, que já tinham divulgado uma foto do grupo na noite desse sábado, chegara à Assembleia de van para mostrar a unidade.
Como ficou composta a Mesa Diretora da Assembleia
Presidente: Osires Damaso (DEM)
1º Vice-presidente: Luana Ribeiro (PR)
2º Vice-presidente: Mauro Carlesse (PTB)
1º Secretário: Jorge Frederico (SD)
2º Secretário: Elenil da Penha (PMDB)
3º Secretário: Júnior Evangelista (PRTB)
4º Secretário: Olyntho Neto (PSDB)
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