Ao anunciar sua inten-ção de disputar a presidência regional do MDB, o ex-governador Marcelo Miranda fez nessa terça-feira, 12, um pronunciamento que seus companheiros da executiva estadual receberam como seu maior desabafo. No alvo principal, o governador Mauro Carlesse (PHS).
Conforme membros da executiva que assistiram a fala, Marcelo culpa diretamente Carlesse por sua cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em março do ano passado. Segundo o ex-governador, seu sucessor articulou sua queda em Brasília com insistência. Como presidente da Assembleia, Carlesse assumiu interinamente a vaga deixada por Marcelo e, com a força do Palácio, venceu as três eleições de 2018 para se efetivar no cargo.
O ex-governador disse que ele e a deputada federal Dulce Miranda (MDB) foram traídos por Carlesse.
Marcelo defendeu que, sem Dulce, o atual governador jamais teria sido presidente da Assembleia. Para ele, a deputada "passou sobre todos" para apoiar a candidatura de Carlesse. Na época se dizia nos bastidores que o pai do então governador, Brito Miranda, defendia o apoio do Palácio à reeleição do deputado Osires Damaso (PSC), que chegou ao comando do Legislativo pela oposição, mas acabou garantindo segurança e governabilidade a Marcelo.
Após a eleição da Mesa Diretora do Legislativo, em meados de 2016, afirmou o emedebista, Carlesse teria virado as costas para o casal e, ao assumir o comando da Casa, um de seus primeiros atos foi desarquivar o pedido de impeachment protocolado pelo presidente do Sindicato dos Servidores do Estado (Sisepe), Cleiton Pinheiro, que havia sido engavetado pelo presidente anterior, Osires Damaso (PSC). Apesar de volta e meia esse pedido ser aventado, nunca tramitou.
Na época, Carlesse fez um grupo que se intitulou independente, dominou as principais comissões, o que levou o Palácio Araguaia a acusá-lo de ter engessado o governo.
Ainda na reunião do MDB, Marcelo afirmou que quer o partido na oposição ao atual governador.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 16337
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