(PALMAS=TO) - Quando construída, a TO-500 vai encurtar em até mil quilômetros a distância para escoamento da produção que sai do Mato Grosso, Pará e Tocantins. Atualmente, os produtos são encaminhados aos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP). Com a rodovia, toda a mercadoria poderá ser transportada para os portos de Aratu (BA), Itaqui (MA) e Vila do Conde (PA), além de permitir o escoamento da produção do Norte e Centro-Oeste via Oceano Pacífico. A pavimentação deste trecho também vai melhorar as condições de vida de cinco mil indígenas, em 22 aldeias da região da Ilha do Bananal.
Orçada em R$ 1 bilhão, a TO-500 terá 90 km, o que vai possibilitar a ligação de dois trechos da BR-242: nas barrancas do Rio Javaé (cuja origem é Salvador-BA) até o Estado do Mato Grosso. Entre os serviços previstos estão sete pontes, uma delas sobre o Rio Araguaia, alambrados laterais, 108 passagens inferiores (para dar segurança aos pedestres e evitar acidentes com índios ou animais na tentativa de atravessar a via), duas praças de pedágio e bolsões que servirão de pontos turísticos. A proposta é realizar o serviço por meio de parceria público-privada (PPP).

Rally Logístico
Para debater formas de viabilizar a travessia da Ilha do Bananal, um Rally Logístico teve início nesta sexta-feira, 11, e fará até o próximo domingo uma jornada de integração pela região em que será construída a TO-500, rodovia que vai atravessar a maior Ilha fluvial do mundo. A comitiva do Tocantins saiu de Formoso do Araguaia, do Porto Piauí, e vai encontrar a comitiva mato-grossense de São Félix do Araguaia, no Estado vizinho.
"Cerca de 200 pessoas fazem parte da comitiva tocantinense. Temos as melhores expectativas, todos nós queremos essa obra, estamos precisando mesmo, é bom para todos. Por isso essa integração entre os dois Estados e a comunidade indígena", explicou o engenheiro José Rubens Mazzaro, realizador do estudo técnico da construção da rodovia.
Conforme um dos organizadores, Vittor Mazzaro, o rally é um movimento popular para viabilizar a construção da rodovia.  "Temos o apoio do governo do Estado e o objetivo é formalizar um manifesto a ser encaminhado a Presidente Dilma, porque para ser realizado uma obra em terras indígenas é necessário um decreto presidencial conforme estatuto do índio" explica Mazzaro.
O manifesto será assinado no sábado, 12, por trinta representantes do Tocantins e Mato Grosso, além de representantes das Comunidades Indígenas.