Realizada no último final de semana, a 3ª Conferência Multiprofissional de Transtorno do Espectro do Autista (Comtato) teve a participação de profissionais do Tocantins, Maranhão e Pará

Profissionais das áreas de saúde, educação e assistência social de toda a região estiveram em Araguaína no último final de semana para participar da 3ª Conferência Multiprofissional de Transtorno do Espectro do Autista (Comtato). O evento aconteceu entre os dias 23 e 25, no auditório do Centro Universitário Itpac, e contou com palestras ministradas por especialistas que são referência nacional nos cuidados a pessoas com autismo.
Realizado pela Associação Mundo Autista, com apoio da Prefeitura, a Comtato tem como público-alvo todos que têm contato direto com autistas. Nesta edição, 410 profissionais estiveram presentes, entre eles servidores públicos municipais de Araguaína, sendo 120 educadores e 30 colaboradores da Saúde.
"A mãe sabe que há algo de errado com o filho, mas na maioria das vezes é a professora quem percebe que a criança tem alguma deficiência intelectual. É difícil até para a mãe aceitar. Eu mesma tive dificuldade em entender que meu filho é autista. Minha visão só mudou depois que me formei em Medicina", relatou Luciana Sant'ana de Souza, mãe do Márcio, 10 anos, membro da Associação Mundo Autista.
Os palestrantes da 3ª Comtato foram o pediatra Clay Brites, docente do curso de especialização de Neuropsicologia à Neurologia Infantil da Unicamp, e a pedagoga Luciana Brites, especialista em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica.
Participantes
Professora universitária em Colinas do Tocantins, Joana Borges falou sobre a importância da capacitação aos profissionais que trabalham na Educação. "Precisamos dar atenção especial para os deficientes, com educação inclusiva. Um profissional sem especialização não reconhece as necessidades do autista e talvez nem reconheça que a criança é autista".
Sandra Nascimento Miranda também é professora na Sala de Recurso da Escola Municipal Tereza Hilário Ribeiro, um espaço com profissionais de educação capacitados para atender crianças com necessidades especiais no contraturno, que existe em cada escola da rede municipal de ensino. Para ela, a conferência trouxe mais conhecimento e troca de experiências.
"Atualmente a sala da escola Tereza Hilário atende a 34 crianças com deficiência intelectual, visual e auditiva. Oito destas são autistas", contou Sandra. A professora ainda disse que o conhecimento obtido nos cursos e conferências dá a impressão que o autismo está aumentando. "Com certeza já passei por crianças com autismo e não sabia reconhecer. Depois dos estudos, já encaminhei crianças para a Clínica-Escola Mundo Autista porque tinha suspeita, que foi comprovada com o diagnóstico".

Atendimento especializado
Em 2016, foi fundada a Associação Mundo Autista. No mesmo ano, a Prefeitura criou a Clínica-Escola Mundo Autista, que é administrada pela associação. Em Araguaína, há uma demanda de aproximadamente 450 pessoas com algum grau de deficiência intelectual já diagnosticadas, sendo atendidos atualmente cerca de 200 usuários, com terapias e consultas médicas.