BRASÍLIA - Valorizar as culturas dos povos tradicionais indígenas. Esse é um dos objetivos dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, lançados oficialmente na noite dessa terça-feira, 23, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF). Com o lema “O importante não é ganhar, e sim celebrar”, a primeira edição mundial dos jogos quer fortalecer e ampliar a convivência já estabelecida nas edições nacionais da disputa, que ocorre desde 1996. A ideia é que os povos se conheçam, interajam e se socializem com seus costumes, hábitos e culturas, por meio de atividades esportivas e culturais.
Durante a cerimônia, a presidente da República Dilma Rousseff (PT) afirmou que esse é um momento histórico de confraternização dos povos e que o Brasil está extremamente honrado em sediar os primeiros jogos mundiais indígenas. Ela destacou o fato de os jogos serem realizados na capital mais jovem do País Palmas.
Para a presidente, isso vai tornar Palmas e o Tocantins conhecidos no mundo inteiro. “Quero enfatizar que nós temos de ter um imenso orgulho de, na composição da nação brasileira, sermos uma mistura de várias etnias. Realizar os jogos indígenas é saudar essas etnias”, destacou.
Capital
O prefeito de Palmas Carlos Amastha disse que, realizar um projeto como esse na Capital mais jovem do Brasil, com 13 mil habitantes de sete etnias, é mostrar ao Brasil que estamos construindo um novo paradigma de sociedade. “Eu fico muito orgulhoso que a comunidade internacional já tenha entendido a grandiosidade desse projeto”, ressaltou.
O articulador internacional do Comitê Intertribal, Marcos Terena, destacou o esforço que tem sido feito pelas instituições envolvidas com os jogos, em especial, o prefeito Amastha, “que é da Colômbia, mas tem o coração brasileiro”.
A governadora em exercício do Estado, Claudia Lelis (PV), enfatizou o compromisso do titular, Marcelo Miranda (PMDB), com a preservação da cultura indígena. “O que as comunidades indígenas enfrentam hoje não é a luta pela preservação da terra, mas a luta pela preservação da identidade cultural. É preciso que cuidemos dos índios como cidadãos com direito a educação, esporte e novas tecnologias sem que isso represente aculturação”, destacou, em seu discurso.
O ministro dos Esportes, George Hilton, disse que é um momento de grande celebração da cultura, arte e tradição indígena mundial. “Será um encontro pela paz, pela saúde e pela harmonia do homem com a natureza”, enfatizou.
A cerimônia de lançamento dos Jogos contou com a participação da cantora Margareth Menezes, do bandolinista Hamilton de Holanda e de integrantes da tribo Paresi-Haliti, do Mato Grosso, que fizeram um ritual de agradecimento. Ministros de Estado, parlamentares, governadores e secretários de governo, entre outros, também marcaram presença.
Os Jogos Mundiais
A 1ª edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas ocorrerá no período de 23 de outubro a 1º de novembro de 2015, em Palmas (TO). A expectativa é de que cerca de 2,3 mil atletas, representantes de 22 etnias brasileiras e de 30 países participem do evento. Cada país poderá inscrever até 50 participantes.
A programação será diversificada e contará com atividades esportivas, culturais, passeios turísticos, gastronomia e feira de artesanato. A estimativa é de que 300 mil pessoas circulem pela vila dos Jogos durante o evento.
Os Jogos serão realizados com a utilização de estruturas provisórias (locais dos jogos e alojamento das etnias brasileiras) e de estruturas já existentes (estádio de futebol e escolas que serão utilizadas como alojamento para as delegações estrangeiras). Os alojamentos para os indígenas brasileiros serão ocas construídas especialmente para esta edição, em formato similar aos já utilizados nos Jogos Nacionais.
A primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas é realizada por meio de parceria entre o governo Federal, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o governo do Tocantins, a Prefeitura de Palmas e o Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC).
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