No vídeo, o pastor diz que o paciente que testou positivo não estava com a Covid-19 - Divulgação

A Justiça determinou nesta sexta-feira (5) que um homem diagnosticado com a covid-19 em Lagoa da Confusão cumpra as medidas de isolamento social prescritas pelas autoridades médicas e sanitárias da cidade.
Na mesma decisão, o Poder Judiciário determinou, ainda, que o pastor de uma igreja evangélica do município também obedeça as medidas de isolamento social, evitando o contato físico com pacientes da doença. A decisão atende um pedido formulado pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO).
Conforme a Promotoria de Justiça de Cristalândia, o pastor aparece em um vídeo em pleno contato físico com um paciente de covid-19, dizendo que o mesmo não estava contaminado com a doença. Para o MPTO, o vídeo comprova que os dois homens infringiram a quarentena, e que as suas atitudes estimulam outras pessoas a descumprir o isolamento, aumentando o risco de transmissão da doença na cidade.
Para a promotora Munique Teixeira Vaz, a situação é agravada pelo fato das opiniões e condutas do pastor serem respeitadas e servirem como exemplo para seus fiéis, dado a condição que ocupa como responsável por uma comunidade religiosa. Por isso, a promotora pediu que os dois (pastor e paciente) sejam condenados ao pagamento de danos morais coletivos.
"A produção e divulgação do vídeo nas redes sociais foi extremamente prejudicial para o combate à doença. As autoridades sanitárias, os médicos e os agentes de vigilância ficaram desestimulados com a divulgação de uma informação inverídica, que causou confusão na população. Neste momento de combate a uma doença nova e desconhecida, tudo o que a gente não precisa é da disseminação de informações erradas a esse respeito", pontuou.

Suspensão dos cultos
A Justiça também determinou que o pastor suspenda a realização de cultos e reuniões religiosas até o final do mês de junho, conforme dispõe um decreto municipal publicado pela Prefeitura de Lagoa da Confusão para enfrentamento da pandemia.
Uma série de fotos e vídeos obtidos pela Promotoria de Justiça de Cristalândia revelaram a aglomeração de pessoas nas atividades da igreja dirigida pelo pastor, que continuaram a ser realizadas mesmo durante o período de isolamento social.
O não cumprimento da determinação judicial implicará em multa diária no valor de R$ 2.000,00, limitada a R$ 60.000,00, além de responsabilização por crime de desobediência, para cada um dos requeridos que descumprir a decisão.