A Justiça Federal determinou na manhã desta quarta-feira, 19, que o governo do Estado e o Banco do Brasil (BB) suspendam pagamentos à Empresa Projetos Engenharia (Epeng), que também fica impossibilitada de contratar com administração públicas. A informação foi confirmada pela assessoria do órgão. A decisão é resultado da Operação Ápia, da Polícia Federal. Outras envolvidas já receberam a determinação, como EHL, CSN, MLV, CCM, Barra Grande e JM Terraplanagem.
Deflagrada no dia 13 deste mês, a Operação Ápia investiga desvios de recursos públicos em obras de pavimentação e terraplanagem no Tocantins em 2014. Segundo informações repassadas pela Polícia Federal em coletiva de imprensa, as empresas se aproveitavam da inexecução de serviços contratados, que mesmo assim eram pagos. A PF afirma que havia revezamento na vitórias das licitações entre as construtoras. Nenhuma pessoa jurídica era de fora do Estado, o que também chamou a atenção da corporação.
Do total de de R$ 1,2 bilhão levantados entre as administrações dos ex-governadores Siqueira Campos e Sandoval Cardoso (SD) por meio de empréstimo na Áustria e do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), intermediado pelo Banco do Brasil, calcula-se que o prejuízo aos cofres públicos foi de cerca de R$ 200 milhões. O esquema passava ainda pelos servidores da Agência de Máquinas e Transportes (Agetrans), responsáveis por fraudar licitações por meio de concorrências públicas fraudadas, restringindo o caráter competitivo.

Presos
A Operação Ápia cumpriu 113 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal sendo 46 de busca e apreensão, 48 de condução coercitiva - que chegou a atingir Siqueira Campos; e 19 mandados de prisão temporária, e destes, continuam detidos: Sandoval Cardoso, o ex-presidente da Agetrans Kaká Nogueira, o membro da comissão de licitação Círio Caetano; e os empresários Francisco Antélius, Marcus Vinícius, Humberto Siqueira, Wilmar Oliveira e Rossine Aires, este em prisão domiciliar por problemas de saúde. Completa a lista o ex-coordenador de obras Bruno Marques e o Geraldo Magela, que por ser militar reformado, está no Comando Geral da PM.