(PALMAS-TO) - Ex-aliado, o vice-governador João Oliveira está rompido com a senadora Kátia Abreu (DEM) desde a noite do dia 29, domingo, quando foi esta agredido aos gritos de traidor em seu próprio apartamento. Mais, dentro do seu quarto. A acusação - amplamente divulgada na imprensa - de agressão é do vice, que acusa ainda o filho da senadora, deputado federal Irajá Abreu (DEM) de participar do que que classificou como baixaria. Oliveira resumiu a relaçao: "Ninguém nunca me tratou tão bem na vida pública, até ontem [domingo], quanto Kátia Abreu. Agora, ninguém, também, nunca me tratou tão mal, a partir de ontem, quanto Kátia Abreu".
Taxativo, durante a entrevista concedida ao blog Cleber Toledo, o vice-governador, à princípio havia dito que não se manifestaria, mudou de ideia, depois que a senadora publicou nota (LEIA ABAIXO), acusando-o, entre outras coisas, de propor a ela um "pacto de silêncio" e a construção de uma farsa. E começa desmentindo a senadora. "Eu não a convidei a vir a meu apartamento". - Ela que veio encontrar-se comigo. Disse que queria me destruir, que eu morresse. Eu quero que ela viva e seja feliz, complementou.
Confira a nota divulgada pela assessoria da senadora Kátia Abreu
"Nota de esclarecimento
Diante de informações distorcidas repassadas ao Portal Cleber Toledo, desta Capital, nesta segunda, 30 de setembro, a senadora Kátia Abreu tem a esclarecer o seguinte:
1 - A senadora Kátia Abreu e seu filho, deputado federal Irajá Abreu, receberam um convite do vice-governador João Oliveira para uma conversa em seu apartamento na noite de domingo, 29 de setembro.
2 - Assim que chegaram à residência do Vice-governador, foram informados por ele que deixaria o partido para não desagradar o governador Siqueira Campos, ressaltando à Senadora e ao Deputado que essa seria a última oportunidade de "arrumar" sua vida pessoal.
3 - Na oportunidade, o vice-governador João Oliveira propôs à senadora Kátia Abreu e ao seu filho, deputado federal Irajá Abreu, um pacto de silêncio e quando ele assumisse o Governo apoiaria a Senadora.
4 - O vice-governador João Oliveira argumentou à Senadora que a parlamentar tinha muitos problemas com a classe política por ser honesta demais e que isto a afastava da classe política.
5 - A senadora Kátia Abreu neste momento levantou-se e chamou o ice-governador de traidor e que não iria participar de acordos espúrios. E que não era mulher de participar de uma farsa, deixando o apartamento do vice-governador João Oliveira.
6 - A senadora Kátia Abreu informa, por último, que as únicas alianças possíveis em respeito a sua vida pública são aquelas que priorizam a vida do povo tocantinense.
7 - E que as orquestrações dos últimos dias de seus adversários são práticas conhecidas deste grupo quando contrariados seus interesses pessoais exclusivos e que já não surpreendem ninguém.
8 - Na vida só valem a pena os bons combates.
Palmas, 30 de Setembro de 2013
Assessoria de imprensa da senadora Kátia Abreu"
ONDE TUDO COMEÇOU - Sempre aliado, João Oliveira sempre esteve com a senadora Kátia Abreu de quem sempre recebeu apoio político. Em 2005, quando o então governador e agora governador cassado, Marcelo Miranda rompeu com a União do Tocantins, o vice-governador era deputado estadual e se manteve ao lado da senadora no PFL. No ano seguinte foi eleito deputado federal com o apoio de Katia. Em 2009, quando ela rompeu com o governador Carlos Gaguim (PMDB), ele foi um dos poucos aliados com mandato na Assembleia e na bancada federal que a acompanharam. Na eleição seguinte (2010) a senadora se uniu a Siqueira Campos e João Oliveira apareceu cotado como candidato ao Senado. De olho na eleição em 2014, Kátia Abreu exigiu para o aliado a vaga de vice-governador. Siqueira cedeu a contragosto. Com o vice no meio do caminho e a exigência do afastamento do governador para que o filho, Eduardo Siqueira Campos, pré-candidato declarado, aparentemente, a senadora teria facilitado o caminho rumo ao Palácio Araguaia até que setembro chegou.
Durante entrevista ao site Folha do Tocantins, o vice-governador adiantou os primeiros sinais. "Veja, eu não sei se o senador Eduardo sairá do PSDB, eu tenho ouvido falar, mas dele próprio não o ouvi afirmando isso; agora onde ele estiver e no partido que ele estiver, eu gostaria de estar com ele, eu desejo estar com ele, porque eu sou Siqueira, então se o senador Eduardo trabalha em uma pré-candidatura, independente do partido que ele estiver, eu desejo estar com ele, independente de qualquer cor partidária", afirmou.
Para as afirmações não se conheceu nenhuma manifestação pública da senadora. Até a noite de domingo, 29 de setembro.
Comentários