Os indígenas Krahô-Kanela, da Aldeia Lankraré em Lagoa da Confusão, localizada a 300 km de Palmas, são uma etnia marcada pela história de luta e sobrevivência. Por meio de um trabalho realizado pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), eles vêm conquistando espaço na busca por reconhecimento como, de fato, um povo indígena.
Essa etnia migrou para o sul do Tocantins, onde, no final dos anos 1970, foram expulsos das terras até que em 2006 conseguiram a ocupação legal do território, após peregrinação por vários municípios. Hoje, este povo busca uma retomada dos conhecimentos tradicionais e de sua cultura, tendo como suporte projetos desenvolvidos por instituições como a UFT, juntamente com a Seduc. Entre os projetos em execução, está o de revitalização da língua materna e da cultura Krahô-Kanela.
Durante esta semana, técnicos da UFT e do setor de educação indígena da Seduc estiveram na aldeia Lankraré para promover o intercâmbio cultural entre a etnia Krahô, de Itacajá, com os Krahô-Kanela. O objetivo foi promover um resgate, a partir da troca de experiências, de manifestações artísticas e culturais como a confecção de artesanato, pinturas corporais.
Para o cacique Mariano Atxokâ Krahô, a retomada dos costumes e o resgate das tradições vão garantir a identidade desse povo. “Queremos dar continuidade neste projeto que vai nos ajudar na busca dos conhecimentos que se perderam. Isso é muito importante e com a ajuda dos outros povos vamos firmar nossa identidade”, complementou.
Como membro titular da Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena (Cneei) do Ministério da Educação (MEC), o secretário de Estado da Educação, Adão Francisco de Oliveira, participou das discussões durante a tarde desta quarta-feira, 25. Na ocasião, ele falou sobre o apoio às causas e a elaboração de uma proposta ortográfica deste povo, baseada na escrita de seus parentes próximos, como os Krahô.