(PALMAS) - Os profissionais de fisioterapia suspenderam no sábado, 8, os plantões extras nas unidades de saúde do Estado. O presidente do Sindicato dos Fisioterapeutas Ocupacionais do Tocantins (Sindifito), Sandro Adrian, afirma que a decisão foi tomada devido aos atrasos no pagamento dos plantões.
O presidente da Sindifito também cita falta de instrumentos e estrutura adequados para o trabalho e o não pagamento de gratificações. “Tal atitude [paralisar os plantões] é resultado das diversas promessas não cumpridas por parte desta gestão, referente à falta pagamento dos plantões extraordinários de julho e agosto, o atraso no pagamento das gratificações de urgência e emergência e de UTI [Unidades de Terapia Intensiva], tendo valores referentes ao ano de 2012 em atraso; descontos indevidos efetuados nos vencimentos, do mês de outubro corrente, dos profissionais representados por nós, assim como a falta de materiais e condições adequadas de trabalho”, destacou.
O presidente aponta ainda que a “medida extrema” foi tomada depois de reuniões conjuntas entre o Sindifito, o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito) e a Secretaria da Saúde (Sesau), mas, segundo Sandro Adrian, os encontros não obtiveram nenhum resultado. “Estamos há vários meses buscando soluções para que evitássemos ter que tomar tal atitude. Porém, os profissionais não têm mais condições físicas e psicológicas para suportar tamanha insegurança”, acrescentou o delegado do Crefito, Helton Pires.
De acordo com o Sindifito, a paralisação implicará no atendimento insuficiente nas Unidades de Terapia Intensiva, prontos-socorros, internação e ambulatórios da rede estadual, devido à quantidade insuficiente de profissionais. O caso já foi comunicado aos órgãos de fiscalização.
Sintras
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Tocantins (Sintras), Manoel Miranda, afirmou nesta segunda-feira, 10, que os profissionais têm “autonomia” para decidir pela não realização dos plantões extras e revelou ainda que a entidade sugere que a medida seja adotada. “Continuamos negociando com o Estado. Não sei se o problema é financeiro ou é de gestão, mas os trabalhadores estão no direito de não realizar. Não está recebendo, não faça”, recomendou.
Gurupi
Os servidores efetivos do Hospital Regional de Gurupi (HRG) anunciaram paralisação a partir desta segunda-feira, 12, também devido aos atrasos no pagamento dos plantões extras e por falta de segurança e de estrutura para o trabalho. O interlocutor dos profissionais do HRG, o fisioterapeuta Valmir Fernandes de Lira, alertou que a situação na unidade está “caótica”.
Valmir de Lira explica que a unidade funciona com “muitos plantões extras”, mas que com os atrasos no pagamento do direito, os profissionais não querem mais realizar o serviço extraordinário. “O quadro não supre a demanda e desde julho que o governo não paga os plantões extras. Em novembro não tem mais ninguém que aceite fazer plantão extra”.
Estado
A Secretaria da Saúde se manifestou através de nota de esclarecimento sobre o pagamento dos plantões extras, informando que os débitos referentes aos meses de julho e agosto serão pagos até o dia 15 deste mês.
Em relação à demanda de profissionais para as unidades, a pasta destacou que foram recontratados os “profissionais de saúde necessários para manutenção dos serviços de saúde, sem prejuízo ao usuário”, conforme publicado no Diário Oficial de quarta-feira, 5. A Sesau informou ainda que o governador Sandoval Cardoso (SD) autorizou a realização de novo concurso público e que não há médicos em cadastro reserva do último certame para o setor.
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