O agronegócio brasileiro retomou o otimismo neste segundo trimestre de 2016. O Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro), calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), passou de 82,6 para 102,1 pontos, na comparação do segundo trimestre como primeiro trimestre de 2016.
Segundo os organizadores da pesquisa, a alta de 19,4 pontos no indicador, “que volta aos maiores patamares da série histórica, iniciada no terceiro trimestre de 2013, foi causada, principalmente, pela combinação entre a melhora na percepção da economia e os bons preços das commodities”.
Eles explicam que, de acordo com a metodologia do estudo, uma pontuação igual a 100 pontos corresponde à neutralidade. Resultados abaixo deste patamar indicam baixo grau de confiança.
O estudo mostrou que a confiança dos produtores apresentou alta de 11,6 pontos em relação aos três primeiros meses do ano, fechando o segundo trimestre com 103,5 pontos. “A pontuação acima dos 100 é inédita para este elo da cadeia, ou seja, é a primeira vez em que o otimismo aparece para os produtores agropecuários”, dizem os organizadores.
Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, avalia que a retomada na confiança dos produtores vai além do atual momento de reorganização da economia do país. “Os bons preços das principais commodities agrícolas, que se mantiveram em alta em boa parte do segundo trimestre de 2016, favoreceram o sentimento mais otimista por parte do produtor rural, melhorando também sua percepção em relação aos custos, uma vez que a relação de troca entre os produtos agrícolas e os fertilizantes e defensivos torna-se mais vantajosa”, diz ele.
No caso dos fornecedores de insumos agropecuários (Indústria Antes da Porteira), o índice de confiança cresceu 28,5 pontos, alcançando 101,8 pontos. Os organizadores explicam que a alta se deve a melhorar na relação de troca entre os insumos e os principais produtos agrícolas, como soja e milho, que permite aos fabricantes de adubos e defensivos antecipar as negociações para a próxima safra de verão.
Segundo o estudo, a Indústria Pós Porteira, por sua vez, conseguiu sair da condição pessimista – na qual ficou durante oito trimestres consecutivos – e volta a um nível neutro, com 100,7 pontos. “A alta de 23,7 pontos em relação ao primeiro trimestre de 2016 mostra que a percepção com relação à situação atual melhorou menos do que suas expectativas para o futuro, o que é condizente com a situação desse grupo de indústrias, composto principalmente por fabricantes de alimentos”, dizem os organizadores. (Com informações da FIESP e da OCB)
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