O índice de Confiança de Serviços (ICS) voltou a cair em fevereiro, recuando 5,4% em relação a março, depois de ter fechado o mês de janeiro com recuo de 2% em relação a dezembro do ano passado. Com a segunda queda consecutiva, na série com ajuste sazonal, o ICS passou de 99,1 para 93,7 pontos, registrando o menor nível da série iniciada em junho de 2008.
O índice foi divulgado ontem (2) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas. A pesquisa indica que o movimento negativo do ICS em fevereiro alcançou 10 das 12 atividades e foi determinado tanto pelas avaliações sobre o momento presente, quanto pelas expectativas em relação aos meses seguintes.
Após aumentar 5,5% em janeiro em relação a dezembro do ano passado, o Índice de Situação Atual apresentou em fevereiro queda de 6,9%; enquanto o Índice de Expectativas, que já havia fechado janeiro com queda de 6,6%, voltou a cair 4,5% em fevereiro frente a janeiro.
Para o consultor do Ibre, Silvio Sales, o resultado de fevereiro retrata um setor “em contínua desaceleração”, inserido em um contexto em que a demanda reflete efeitos da inflação elevada e da queda da confiança do consumidor.
“Fevereiro marca um novo recorde negativo na curva de confiança do setor de serviços. As empresas têm avaliações desfavoráveis quanto à demanda atual e nos próximos três meses, e sobre a situação atual e futura dos negócios, que atingem de modo generalizado os segmentos pesquisados nesse início de ano. O resultado retrata um setor em contínua desaceleração, com a demanda refletindo os efeitos da inflação elevada”, disse.
O estudo indica que a piora do Índice de Situação Atual entre janeiro e fevereiro foi determinada pela redução de 8,2% do indicador de Volume de Demanda Atual e de 5,7% do indicador de Situação Atual dos Negócios. “A proporção de empresas que avaliam o volume de demanda atual como forte diminuiu de 11,4% para 8,8% e a parcela das que o avaliam como fraco passou de 32,4% para 36,3%”, informou o Ibre.
A queda de 5,1% no indicador de Tendência de Negócios e de 3,9% no Indicador de Demanda Prevista, levou à redução de 4,5% do Índice de Expectativa do setor, entre janeiro e fevereiro. “A proporção de empresas esperando melhora da tendência dos negócios passou de 30,8% para 29,3% do total; enquanto a parcela das que esperam piora aumentou de 14,1% para 18,5%”, mostra o documento.