Para quem busca produtividade e rentabilidade com pecuária de corte ou leiteira, é inadmissível o descuido no manejo nutricional do rebanho.

Analises práticas comprovam que utilizando esta ferramenta de forma estratégica e racional é possível obter ótimos resultados, melhorando cada vez mais os índices zootécnicos das propriedades e assim conseguindo uma melhor produtividade por área.
Algumas pessoas ainda teimam em dizer que, durante o período das águas os animais não necessitam tanto de minerais, por acharem que as pastagens estão em sua melhor fase com uma maior oferta de minerais, proteína, energia por estarem volumosas e verdes, e desta forma ira suprir todas as exigências dos animais. 
Porém é neste período que ocorre um maior consumo de pasto (% de matéria seca em relação ao peso vivo) pelos animais, e com isso se tem um aumento no metabolismo da microbiota ruminal, para a digestão destes nutrientes, e respectivamente ocorrerá um maior gasto de nutrientes, assim se fazendo necessário intensificar o fornecimento de minerais, pois caso não se realize o fornecimento dos minerais, causarão deficiências nutricionais levando a queda de produtividade e juntamente com o sistema imunológico deprimido os animais ficam mais susceptíveis á doenças.
Portando é neste período que se tem maiores chances de que ocorram carências minerais pelos animais.
A principal finalidade da suplementação mineral no período das águas é suprir estas deficiências e o desbalanço dos nutrientes na pastagem, e com isto conseguir elevar ou até mesmo maximizar os índices de produção da propriedade aproveitando o maximo das pastagens, já que as mesmas tem sua produção de forma sazonal e assim buscando o melhor rendimento que as pastagens e a genética do animal terá.
No gráfico abaixo mostrado por Carvalho & McDowell - 2002, fica bem claro do quanto a mineralização influencia na produtividade de um rebanho, no caso a porcentagem de fêmeas ciclando. 
        
Fêmeas do rebanho ciclando (%)
Os resultados dos experimentos de Conrad, 1992 e Áries, 1985, mostraram que após a administração de minerais se teve aumento de 22% na taxa de nascimentos em vacas de cria, Costa et al, em 1992 mostrou que se é possível apenas com a suplementação de minerais ter ganhado de 300g/cabeça/dia a mais em garrotes de engorda, quando comparado a animais não suplementados. 
 Além destes índices o produtor conseguira um aumento da fertilidade, produção de leite, escores corporal, aumento do sistema imunológico, aumento da rentabilidade por área, redução do intervalo entre partos, entre outros fatores que compõe a rentabilidade econômica da suplementação mineral.
Mas existem outros pontos que ocasionam falhas rotineiras e de muita importância para o sucesso da boa mineralização que são freqüentemente cometidas no momento de fornecer os minerais para os animais, que implicam em:
* Erros nas quantidades que se é fornecido (consumo/animal/dia);
* Tamanho e estado de conservação dos cochos;
* Localização e acesso dos cochos e bebedouros de água;
* Freqüência e quantidade do produto que é fornecido diariamente;
* Tipo de produto específico para cada categoria animal;
* Armazenamento do estoque em local seco e protegido de umidade, entre outros.      
“Um simples erro dentro deste manejo pode levar toda e estratégia de suplementação mineral por água baixo”.
E para que possamos continuar liderando o mercado mundial, agregando valores e qualidade em nossos produtos (carne, leite ou mesmo bezerros), e mantendo a competitividade com o mercado mundial, será exigido dos produtores rurais cada vez mais profissionalismo e uso de tecnologias práticas e economicamente viáveis, que envolvam Correta Nutrição, Controle Sanitário Eficiente e Melhoramento Genético, é que conseguiremos um crescimento sustentável.

Julliano Percinoto Pompei
Médico Veterinário - Matsuda
Departamento de Nutrição Animal