Colinas (TO) - Caminhoneiros voltaram a bloquear a BR-153 no fim da tarde de quarta-feira, 11, em Colinas do Tocantins. Em Araguaína, homens das Forças Nacionais desembarcaram de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) às 10 horas e se dirigiram a Colinas em ônibus da Polícia Militar do Estado com a missão de desbloquear a rodovia. Não há informação sobre o número de homens nem sobre o horário e qual será a estratégia de ação deles.
Conforme informações do presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no município, Sérgio Wacheleski, a barreira dos manifestantes foi mantida nessa quinta-feira, 12, e apenas carros pequenos, ônibus e ambulâncias tinham direito de passagem. A paralisação já tem comprometido o abastecimento de combustível e alguns gêneros alimentícios.
Estava previsto para acontecer ontem à tarde, a partir das 16 horas, no auditório da Associação Comercial de Colinas (Acicolinas), reunião entre os manifestantes e entidades da sociedade civil organizada e poderes constituído visando liberar a circulação na rodovia, bem como entender as reivindicações dos caminhoneiros. Irão participar da audiência a Ordem dos Advogados do Brasil, Acicolinas, e representantes do Judiciário e Ministério Público.
Sérgio Wacheleski considerou “urgente” a necessidade das entidades do município e os Poderes constituídos iniciarem o diálogo com os manifestantes, já que o bloqueio já começa a prejudicar a sociedade. “Nós vamos tentar novamente o entendimento e levantar quais as reivindicações deste momento dos manifestantes. A intenção é garantir o direito de ir e vir”, disse. O advogado elencou como maior dificuldade da audiência o fato dos líderes do movimento não estarem organizados, por isso pretende levar o máximo de caminheiros para resolver o impasse.
“A mobilização está começando a prejudicar a sociedade. Está comprometido o combustível e alimento. A situação é preocupante para a gente, já começa a faltar gêneros alimentícios”, informou Sérgio Wacheleski, que cita também o crescimento da violência. “Há também a sensação de insegurança que tomou conta do município. Desde segunda-feira [9] diversos assaltos aconteceram. Estão aproveitando e praticamente saqueando a cidade”, afirmou.
Apesar do novo bloqueio, Sérgio Wacheleski afirma que não houve confronto entre os manifestantes e as forças de segurança. Apenas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha a nova movimentação. Caminhoneiros e militares chegaram a se enfrentar na terça-feira, 10, após ação para garantir a livre circulação na via. Os policiais foram recebidos a pedradas pelos caminhoneiros, que reagiram com balas de borracha e bombas de efeito moral.
Manifestação
Os caminhoneiros começaram as ações em Colinas do Tocantins na segunda-feira, 9. O movimento já se estende por vários Estados, após a categoria não entrar em acordo com o governo federal em relação às suas reivindicações. Os manifestantes pedem a redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo (este o governo reconhece que não conseguiu atender), salário unificado em todo o país e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos. O grupo também quer ajuda federal para refinanciamento de dívidas de compra de seus veículos.
Comentários