(PALMAS-TO) - O Governo do Estado vai formar um Grupo de Trabalho (GT) para estudar e propor estratégias de desenvolvimento da pesca esportiva no reservatório formado pela Usina Hidrelétrica de Peixe Angical. O GT será constituído por representantes da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semades), Agência de Desenvolvimento Turístico (Adtur), Subsecretaria da Aquicultura e Pesca, Cia Independente de Policia Militar Ambiental (Cipama) e Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).
O anúncio foi feito pelo secretário da Semades, Divaldo Rezende, durante encontro realizado nesta segunda-feira, 28, com empreendedores e guias da pesca esportiva do município de Peixe. Na ocasião, os guias se mostraram preocupados com a pesca ilegal, de caráter predatório, que pode comprometer o futuro da pesca esportiva na região. “Temos encontrado redes que não são de pescadores das colônias, inclusive nesta época de piracema, e isso pode acabar com a população de peixes do Lago e inviabilizar a prática da pesca esportiva”, afirmou o empresário e guia Alex Roberto.
Atualmente, somente as colônias de pescadores ribeirinhos cadastrados pelo Naturatins têm a permissão para praticar a pesca profissional. O Cipama tem atuado com bastante frequência na região, inclusive com o apoio dos guias da pesca esportiva, que constantemente denunciam a ocorrência de pesca predatória no local. Mas, ainda assim, a ameaça inibe novos empreendimentos para fomentar a pesca esportiva na região.
Geração de renda
Os guias também aproveitaram a oportunidade para apresentar a pesca esportiva como atividade rentável, que fomenta os setores de transporte, hotelaria, alimentação e comércio local, já que atrai turistas com alto poder aquisitivo que são apaixonados pela modalidade. De modo geral, eles consideram que até mesmo os ribeirinhos podem vislumbrar na pesca esportiva uma alternativa de renda mais promissora que a própria pesca profissional.
Para o empreendedor Divimar Amorim, economicamente, o peixe vivo vale muito mais que o peixe morto. “Se o peixe estiver vivo a pessoa vai ter emprego pro resto da vida”, disse. Ele relata caso de pescadores extrativistas que tiveram aumento de mais de 300% da renda quando migraram para a atividade de guia da pesca esportiva. “Tem guia que quando era pescador mal tinha uma bicicleta e hoje (na profissão de guia) tem barco próprio, carro próprio e consegue dar um conforto para a família”, enfatizou.
A subsecretária da Aquicultura e Pesca da Seagro, Miyuki Hyashida, salientou a produção de peixes por meio dos tanques-redes como outra alternativa de renda aos pescadores profissionais e que não oferece riscos à pesca esportiva. “Estamos com projeto para capacitar e estimular o surgimento de produtores de peixes nos municípios de Peixe, Paranã e São Salvador”, revelou.
A diretora de desenvolvimento e operações turísticas da Adtur, Nazaré Martins, disse que o Governo está trabalhando com o projeto de desenvolvimento da pesca esportiva nas cidades de Caseara, Araguacema, Peixe, Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, Brejinho de Nazaré, Porto Nacional e Palmas. Para ela, o Tocantins tem as melhores condições para ser referência em pesca esportiva no Brasil. “Temos rios e lagos belíssimos, além de diversidade e quantidade das melhores espécies de peixes para a pesca esportiva”, pontuou.
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