BRASÍLIA - O deputado federal Flávio Alves Sabino (PR-CE), o Cabo Sabino, requereu que o Ministério Público Federal acompanhe as investigações sobre a operação que resultou na morte do sargento Wiratan Fraga dos Santos, 41 anos, da Polícia Militar do Tocantins, em Pindorama, na segunda-feira, 2. Wiratan morreu após troca de tiros com policiais federais durante operação contra assalto a agência dos Correios de Pindorama.
Sabino, que é membro das Associações Nacionais de Praças (Anaspra) e dos Militares Estaduais do Brasil (ANMB), disse que recebeu pedido de apoio feito pelas associações de PMs do Tocantins e do ex-deputado estadual Sargento Aragão (PEN).
O parlamentar contou que fez contato por telefone com o chefe do Procuradoria da República no Tocantins, Álvaro Manzano, e enviou por e-mail o requerimento. “Houve falha na operação, mas não dá para fazer juízo de valor, não dá para apontar culpado”, avaliou Sabino. Para ele, houve falha de comunicação. “A Guarnição local deveria ter sido avisada da operação”, defendeu.
Conforme o deputado, é importante que uma instituição isenta como o MPF “tome à frente da investigações” para que haja total isenção na apuração do caso. Sabino contou que, num episódio semelhante no Ceará, a Procuradoria da República foi fundamental para o desfecho das investigações.
O deputado, que é membro da Frente Parlamentar de Segurança Pública, da Câmara Federal, disse que o grupo também deve solicitar, até esta quinta-feira, 5, acompanhamento do MPF do Tocantins sobre o caso.
O procurador-chefe Álvaro Manzano afirmou a imprensa que o MPF-TO já faz o acompanhamento da morte do sargento através do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial. Segundo ele, o pedido já havia sido feito pela PM e pela PF.
Entenda
De acordo com a PM, policiais devidamente escalados e fardados receberam denúncia de que indivíduos estavam no interior dos Correios de Pindorama. Ao chegaram ao local, constataram que os suspeitos já haviam fugido. Em seguida, os militares teriam sido surpreendidos pela Polícia Federal, sem qualquer caracterização, que passaram a atirar contra a agência, ação que foi revidada.
Durante a troca de tiros, policiais civis do Grupo de Operações Táticas Especiais (Gote) chegaram ao local e somente neste momento que os militares compreenderam que se tratava da Polícia Federal. “Até então, devido à falta de caracterização e identificação, os militares não sabiam que se tratava de policiais federais”, alegou a PM em nota na segunda.
As Associações de Praças Militares do Estado do Tocantins lamentaram em notas distribuídas na noite dessa terça-feira, 3, a morte do sargento Wiratan Fraga dos Santos e repudiaram a ação da Polícia Federal.
“Em uma atitude de total despreparo, os agentes da PF em nenhum momento informaram sobre a operação ao comandante da região ou aos militares que estavam de serviço no destacamento, principal falha que levou à morte do sargento, além de iniciarem os disparos sem antes verbalizarem para se identificar”, diz a nota. “As Associações lamentam que uma instituição de tamanho respaldo social como a Policia Federal aja com total despreparo e desrespeito à vida de policiais militares, os quais deveriam ser vistos como parceiros de profissão e não como rivais.”
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