Grandes negócios e muita diversão. É isso que a Exposição Agropecuária de Araguaina - EXPOARA, que neste ano chega à sua 45ª edição, consegue reunir em um mesmo espaço. À primeira vista, a impressão que se pode ter é de que, durante os 11 dias do evento, todas as atenções se voltam para o Parque Dair José Lourenço, local que abriga a feira. Mas, na verdade, a EXPOARA se consolidou em um polo irradiador de negócios para Araguaina e região. “Durante a exposição, o volume de negócios e de pessoas que visita o local é tão grande que o movimento acaba beneficiando toda a macrorregião”, analisa o economista Márcio Luis Massaro.
No ano passado, segundo o presidente do Sindicato Rural de Araguaina (SRA), Wanderlei Araújo Filho, a EXPOARA registrou uma movimentação financeira global de R$ 40 milhões. Volume 4,5% maior que a feira realizada em 2011. O presidente prefere não estimar índices de crescimento para esta edição da EXPOARA, mas acredita que o resultado será superior. “O cenário na agropecuária é desafiador, se a movimentação crescer 5%, ficaremos muito satisfeitos”, comenta.
Neste ano, a EXPOARA acontece entre 30 de maio e 9 de junho. Mas, de acordo com o economista, é preciso analisar o evento em três momentos distintos. “Na economia, os fatos não ocorrem de maneira tão rápida”, observa. Massaro afirma que cerca de três meses antes da feira toda a economia, muitas vezes sem que se perceba, já está sendo beneficiada pela expectativa e preparação. “As pessoas começam a se preparar, a procurar hotéis, fazer reservas, marcar passagens aéreas, a cidade começa a ser divulgada e o comércio também é favorecido”, comenta.
Durante a realização do evento, há uma concentração dos negócios na feira e tudo o que gira no seu entorno para que ela aconteça. Wanderlei observa que o movimento ultrapassa os limites do Parque. “Táxis, hotéis, restaurantes e outros serviços acabam se beneficiando do movimento das pessoas que vêm a Araguaina para visitar a exposição”, diz. O presidente do SRA observa que durante a exposição são gerados entre 3 e 4 mil empregos diretos e indiretos. “Esse pessoal que trabalha durante a feira vai gastar no comércio depois”, comenta Wanderlei. Para ele, se há alguma concorrência, ela é momentânea. “Muitos empresários que têm negócios na cidade também vêm para cá e acabam se beneficiando depois com a exposição de seus produtos”, acrescenta.
É este o terceiro momento da roda da economia que a EXPOARA faz girar durante todo o ano, na análise do economista Massaro. “Os negócios realizados antes e durante a feira acabam remontando em novos negócios durante todo o restante do ano e segue até o início do novo ciclo pré-feira”, comenta. Segundo ele, isso acontece porque muita gente passa pela exposição para conhecer os produtos e serviços expostos. “Muitos negócios são iniciados durante a feira para serem fechado depois. E mesmo que o expositor não venda nada no evento, a sua marca foi vista por mais de 250 mil pessoas (número de visitantes do evento em 2012, segundo o SRA)”, analisa o economista.
André Carreira, que é empresário do setor veterinário e expositor na EXPOARA, confirma a análise de Massaro. Segundo ele, o número de novos clientes que ele agrega à sua carteira e o contato com os que já são seus clientes garante bom volume de negócios no pós-feira. Carreira, que também é diretor do SRA, observa que o ganho que o município tem em divulgação também é um capital muito grande para toda a economia regional. “Só com essa propaganda, todos em Araguaina acabam ganhando muito. A EXPOARA é reconhecida nacionalmente e é o maior evento do gênero no Tocantins”, diz.
Carreira ressalta ainda o caráter festivo do evento e o poder que isso tem na geração de renda. “A EXPOARA está no DNA do araguainense, as pessoas esperam o evento para se divertir, ver os shows, rodeio”, comenta. O diretor acredita que, no fim, todos saem ganhando com a feira.