(Piraquê-TO) - “O que era mais necessidade agora nós vamos ter, que é a água.” A declaração é de Joaquim Pereira Lima, representante do Projeto de Assentamento (PA) Caçador, no município de Xambioá, a 507 Km de Palmas. Ele representa um dos assentamentos de 22 municípios da região centro-norte do Estado que vão receber, a partir desta sexta-feira, 25, os sistemas coletivos de abastecimentos de água. A ação faz parte do programa Tocantins Sem Sede e teve ordem de serviço assinada pelo Governador Siqueira Campos em Piraquê, a 432 Km da Capital.
O trabalhador rural Joaquim conta que no PA Caçador o uso de cacimbas é comum, mas elas ficam secas quando o período de estiagem é longo. Usualmente as cacimbas têm entre oito a dez metros, mas ele conta que no PA Caçador há cacimbas de até 25 metros e mesmo estas chegam a ficar sem água quando a chuva chega bem mais tarde do que o previsto. “Nossa região fica seca mesmo!”, afirmou. Com a instalação do poço artesiano e o sistema completo de tratamento e distribuição, a meta é acabar com esse problema.
Cada sistema coletivo de abastecimento de água é composto por um poço tubular profundo (poço artesiano) com 150 metros, área para armazenamento com capacidade para 10 mil litros, sistema de tratamento por cloração e sistema de distribuição com quatro mil metros. Conforme informações da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), que executa o Tocantins Sem Sede, cada sistema coletivo de abastecimento de água tem capacidade para atender, em média, 40 famílias. Na região centro-norte serão 25 sistemas instalados. Em todo o Estado, 99 sistemas.
A ordem de serviço assinada pelo Governador é para início imediato da perfuração dos poços artesianos. “Atender as necessidades básicas das pessoas é atender a Deus”, disse Siqueira Campos em Piraquê.
A obra de implantação dos poços artesianos tem início no Projeto de Assentamento Santa Marta, em Piraquê. O prefeito João Batista Nepomuceno Sobrinho, conhecido como João Goiano, destacou a importância da ação do governo do Estado ao dizer que muitas vezes os produtores rurais que moram em assentamentos ou em pequenas propriedades têm que recorrer às águas de ribeirinhos, que nem sempre são próprias para consumo humano.
Vida melhor
A situação relatada pelo prefeito é vivida de perto pelo casal Raimundo Nonato Viana, de 53 anos, e Maria Helena de Souza Viana, 50 anos. Eles moram no PA Formoso 2, em Darcinópolis, a 449 Km de Palmas, na região do Bico do Papagaio, e contam que próximo ao assentamento existe o Córrego Xupé, mas a água não é adequada. “Não dá para beber. Por isso vai melhorar muito”, disse Maria Helena, representante do assentamento que tem 26 famílias. “Eu acho muito bom porque está atendendo as pessoas com o mais importante, que é a água”, afirmou Raimundo Nonato ao falar sobre a instalação dos poços artesianos com o sistema completo de tratamento e distribuição da água.
Do povoado Ribeiro Mando em Angico, a 495 Km de Palmas, na região do Bico do Papagaio, Raimundo Alves de Almeida disse que a ação do governo do Estado através do Tocantins Sem Sede vai mudar para melhor o cotidiano de pelo menos 28 famílias da comunidade. “Como representante da comunidade, estou ainda mais animado”, declarou.
Tocantins Sem Sede
Para o presidente da ATS, Edmundo Galdino, as mulheres dos assentamentos vão deixar para trás a necessidade de caminhar longas distâncias até o rio ou córrego mais próximo com trouxa de roupa na cabeça porque a água estará na comunidade. E os produtores rurais terão o trabalho viabilizado com água potável e de fácil acesso.
Centenas de moradores de assentamentos, povoados e vilas da região prestigiaram a assinatura da ordem de serviço para implantação dos sistemas coletivos de abastecimento de água. O investimento é de R$ 5 milhões. Em todo o programa Tocantins Sem Sede, que inclui a instalação de 11.350 cisternas na região Sudeste do Estado e construção de 135 mini barragens, o investimento é de R$ 90 milhões.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 14841
Comentários