(PALMAS-TO)  - Ao contrário da balança comercial brasileira, que fechou o primeiro quadrimestre no vermelho, o Tocantins teve, nos primeiros quatro meses de 2013, um crescimento de 30% na diferença entre os volumes de exportação e importação. Entre janeiro e abril deste ano, o Estado exportou quase R$ 86,4 milhões a mais do que o valor registrado em importações. No acumulado do ano já foram mais de R$ 168 milhões em produtos vendidos ao exterior.
Conforme a Agência Tocantinense de Notícias (ATN), mais uma vez, o carro-chefe das exportações tocantinenses é a soja e a carne bovina. Juntas, as duas produções representam mais de 90% da exportação, com destaque especial para a oleaginosa, que é responsável por 58% das vendas ao exterior, enquanto a carne bovina equivale a 29% das exportações.
Entre janeiro e abril deste ano, a balança comercial pesou positivamente para o mercado tocantinense, com superávit em comparação com o ano passado. Em 2012, nos primeiros quatro meses, o Estado exportou R$ 63 milhões a mais que o volume de importação, ou seja, quase 30% a menos que no mesmo período deste ano. Mais uma vez, conforme os números do Ministério do Comércio Exterior, o saldo positivo foi impulsionado pela soja e carne.
De acordo com o diretor de Sustentabilidade no Agronegócio da Secretaria da Agricultura e Pecuária, Corombert Leão, este saldo superior se deve à antecipação da colheita e venda do grão, que normalmente é intensificada entre agosto e setembro. “A participação da soja no mercado neste primeiro período este ano foi maior. A ânsia dos mercados pela nossa soja aumentou e impulsionou as vendas”, disse.
Já a carne, mesmo tendo um volume de vendas menor, representa para o Estado, conforme o diretor da Seagro, um ganho muito grande, pois seu valor agregado é muito superior ao da soja. Ainda assim, entre janeiro e março, período de escassez de soja no mercado, a venda de carne segurou a economia tocantinense no azul, no quesito exportação. “Nos primeiros meses de 2013, tivemos uma venda maior de carne. Já em abril, com a entrada da soja, o volume foi equiparado”, completou.

Produto novo
Além dos figurões do mercado exterior do Tocantins, desde 2012 o Estado vem percebendo a inserção de um novo produto que vem ganhando espaço nas exportações. O milho, utilizado para a indústria alimentícia, em 2012/2013 já aparece na lista de exportação do Tocantins. Neste ano o grão figura na terceira posição das exportações (atrás da soja e carne), com um volume de quase 23,5 mil toneladas vendidas ao exterior, rendendo um total de R$ 6,8 milhões ao Estado. Para Leão, isso demonstra maior interesse dos mercados no milho produzido no Tocantins, principalmente pela forte seca que atinge os estados produtores. “O Tocantins se inseriu no mercado nacional do grão mesmo sendo um grande demandador de milho”, disse.

Mercado exterior
Principais importadores de produtos tocantinenses, China, Espanha e Rússia representam mais de 71% dos compradores. De acordo com os números do Ministério do Comércio Exterior, os chineses são os que mais consomem nossos produtos, com um volume de cerca de R$ 60,3 milhões, enquanto os espanhóis compram R$ 32,7 milhões e os russos, R$ 28 milhões.

Ação de governo
Recentemente o Governo do Estado conseguiu impedir que 800 cabeças de gado bovino entrassem no Estado sem as devidas certificações de sanidade e sem passar pela quarentena exigida para o transporte animal. Estado livre da febre aftosa há 17 anos, o Estado na ocasião protegeu a barreira sanitária e garantiu a manutenção do mercado para a carne bovina, conforme o diretor da Seagro.
“Se esse rebanho tivesse conseguido passar, poderia ter mudado o status de sanidade não somente do Tocantins, como de Goiás e Mato Grosso. A aftosa, como sanidade, não tem fator atrelado somente à pecuária. Temos que ter consciência de que a sanidade representa seriedade e confiabilidade”, complementou.