Um protesto de moradores de Porto Nacional impediu a travessia no primeiro dia de funcionamento das balsas no Rio Tocantins nesta quarta-feira, 27. A turismóloga e empresária Ângela Maria Oliveira, uma das organizadoras, disse que os dois lados estão com barreiras. "Montamos tenda e temos comida, e travessia está impedida por tempo indeterminado", avisou Ângela.
O movimento começou por volta das 7 horas e as balsas estão paradas. O protesto conta com a participação de moradores da cidade e dos distritos de Nova Pinheirópolis e Escola Brasil, dois locais que contam com cerca de 7 mil pessoas. Eles querem que o governo do Tocantins arque com os custos integrais da travessia. "Queremos que a travessia seja gratuita", afirmou a empresária.
Durante a manifestação, fogo foi ateado em pneus na área de embarque e desembarque de veículos. Ângela disse que foi um ato isolado de um manifestante mais exaltado, mas que o movimento segue pacífico, sem qualquer ocorrência. A empresária contou que a Polícia Militar está no local e apenas observa a movimentação.
Preços salgados
Os preços são bem salgados. Automóveis e caminhonetes pagarão R$ 21,50 das 5 às 22 horas e R$ 28 das 22 às 5 horas. Carreta de dez eixos carregada pagará R$ 250,75 no primeiro período e R$ 326,25 no segundo.
O Estado chegou a cogitar um estudo para subsidiar pelo menos parte do custo, mas ainda não deu uma resposta. No entanto, os moradores insistem que querem que o governo arque com 100% dos gastos da travessia.
Entenda
A ponte foi interditada pelo governador Mauro Carlesse (PHS) no dia 7 de fevereiro, deixando a comunidade de Porto insatisfeita, inclusive o prefeito do município, Joaquim Maia (PV), para quem a medida foi tomada "de maneira intempestiva, sem planejamento e que vai trazer um transtorno muito grande para a população".
Para ele, a interdição total prejudica toda a logística de Porto e da região central do Estado, já que faz a interligação entre a margem direita a esquerda do Rio Tocantins, permitindo a ligação do município com a Belém-Brasília (BR-153), com Brejinho de Nazaré, Fátima e Aliança.
No dia da interdição, Maia e assessores chegaram a discutir com Carlesse na ponte. O governador, contudo, defendeu que a medida visava "salvar vidas".
No dia 12, Carlesse decretou situação de emergência na região de Porto Nacional, afetada pela suspensão do tráfego na ponte sobre o Rio Tocantins, na Rodovia TO-255. O motivo, segundo o decreto, é o "risco iminente que ameaça a segurança de pessoas".
Nesse mesmo dia, o governador esteve reunido com a superintendente da Caixa Econômica Federal no Tocantins, Silvia Leandra Pelloso, e também com o gerente regional de relacionamento da instituição, Vandeir Ferreira, para pedir agilidade na liberação de empréstimo de R$ 130 milhões para a construção da nova ponte.
No dia 15, a subseção de Porto Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) promoveu uma audiência pública para discutir os impactos da interdição da ponte e deliberação de providências para a amenização das consequências. Foi formada uma comissão de OAB local e Defensoria Pública para negociar e tratar das questões relacionadas aos impactados. (Com informações da SECOM-TO)
Comentários