(PALMAS-TO) - Garantia de uma educação de qualidade para acesso das famílias do campo e a melhoria de apoio no manejo da terra e do solo, aliada a políticas públicas de moradia digna, saúde, saneamento básico e transporte estão entre os principais temas que chegam à I Conferência Estadual de Educação do Campo. O evento, como parte da programação da Flit e aberto nesta segunda-feira, 9, está sendo realizado no auditório do MPE - Ministério Público Estadual (próximo aos Correios) e segue até as 17 horas desta terça-feira. A conferência é organizada pelo Fórum Estadual de Educação do Campo e Seduc - Secretaria Estadual de Educação e contou em sua abertura, nesta manhã, com as presenças de representante do MEC - Ministério da Educação e palestrante, Nairton Zambon, do MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário, do Incra, do IFTO e da subsecretária de Educação Básica da Seduc, Leida Maria Menezes, que representou o secretário de Educação, Danilo de Melo Souza, Fórum de Educação do Pará e Undime - União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação.
A realização da conferência é uma das propostas apresentadas na audiência pública que discutiu sobre o tema, e ocorrida em fevereiro deste ano, por meio de requerimento do deputado estadual Zé Roberto (PT), e dela participam professores, educadores, dirigentes, coordenadores e estudantes ligados ao campo.
Com base na proposição do parlamentar, o Governo do Estado inseriu a temática da educação do campo nas pré-conferências das 12 estações regionais da Flit, realizadas de março a junho último nos municípios de Arraias, Dianópólis, Gurupi, Porto Nacional, Paraíso, Miracema, Guaraí, Pedro Afonso, Colinas, Tocantinópolis, Araguaína e Araguatins.
Necessidade de união - Conforme a coordenadora da I Conferência Estadual de Educação do Campo, Maria do Socorro Coelho, o momento da realização da Flit "é muito importante para dar publicidade à política nacional de educação para o campo, às dificuldades enfrentadas pelas famílias de micro e pequenos produtores, assentados da Reforma Agrária, através do Governo estadual, federal, Incra e Crédito Fundiário e as propostas sugeridas para enfrentar os problemas, diz ela.
Pelos dados do Incra, com base no censo 2010, o Tocantins conta com 400 projetos de assentamentos rurais (PA's) e 30 mil famílias; destes, pelo menos 13,3 mil jovens não estudam ou não leem e 0,7% completaram o ensino superior. Há também um descompasso. A educação estritamente no meio urbano recebe atenção em recursos seis vezes mais que a rural, o que de acordo com gestores e educadores se deve à falta de um programa de educação continuada.
Na avaliação da subsecretária de Educação Básica da Seduc, Leida Maria Menezes, é necessário que todos os setores, envolvendo Governo do Estado, os municípios, parlamentares, associações, cooperativas, fórum estaduais e municipais de educação, diretorias de ensino, educadores, indígenas, pais, alunos e pessoas comprometidas com a educação, para que seja implantada educação integral. "O governo tem feito muita coisa, como destinado 200 ônibus, 76 mil tablets que estão chegando, mas é preciso que todos nós nos unamos nesta meta", conclama a subsecretária e educadora.