Palmas-TO - Os servidores da rede de ensino da capital votaram em assembleia na manhã dessa terça-feira, 13, pela continuidade do movimento paredista. De acordo com o presidente da regional de Palmas do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintet), Joelson Pereira, a decisão por manter a greve foi unânime. Após a deliberação, os professores se dirigiram à Câmara de Palmas. A ocupação visa pressionar a prefeitura em reabrir a mesa de negociação.
Joelson Pereira informou que o sindicato foi notificado nesta manhã da decisão da desembargadora Jacqueline Adorno, que determinou a suspensão do movimento paredista, sob pena de desconto nos vencimentos e multa. Conforme o representante, o Sintet irá recorrer ainda nesta terça-feira. “O recurso já estava pronto, estávamos aguardando apenas a notificação”, disse.

Protesto

Em relação à mobilização iniciada na Câmara de Palmas, Joelson Pereira disse que a expectativa é ocupar o local com aproximadamente mil grevistas. “Nós vamos ficar aqui até que a mesa de negociação seja aberta pela prefeitura”, garantiu o presidente do Sintet. Membros do sindicato já estão reunidos com os vereadores. A Casa de Leis tentar intermediar diálogo entre categoria e o Paço.

Estranheza

Antes da assembleia, ao CT, Joelson Pereira questionou a demora do Judiciário em acionar o sindicato. “Ainda não fomos notificados pela Justiça, o que nos causa estranheza, a agilidade em suspender a greve, mas a morosidade em notificar”, disse o representante, se referindo à sentença da desembargadora Jacqueline Adorno, que foi proferida um dia após o início do movimento paredista da categoria.

Ameaças

Joelson Pereira ainda não deixou de criticar o prefeito Carlos Amastha (PSB) e o titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Danilo de Melo. Conforme o sindicalista, os gestores ameaçam os trabalhadores com corte de ponto e tentam jogar os pais de alunos contra a categoria. “Estão tocando o terror, usando o que há de mais sujo na propaganda para amedrontar os professores”, disse o presidente, referindo-se ao comunicado da prefeitura veiculado nas redes de televisão.
De acordo com o representante dos trabalhadores em educação, a Prefeitura de Palmas ainda não buscou o diálogo com a categoria e ainda não enviou qualquer proposta ao sindicato. “Repudiamos a atitude do prefeito Carlos Amashta e do secretário Danilo de Melo por não querer negociar com a classe”, finalizou.

Histórico

A greve dos professores da rede municipal de ensino teve início na quarta-feira, 7. A lista de reivindicações da categoria é extensa, indo da climatização das salas até a retirada de projeto de lei que altera o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da categoria. A pauta do sindicato também prevê o cumprimento integral do PCCR, com destaque ao pagamento das progressões e titularidades, eleição para diretor e o fim da meritocracia.
A categoria ainda requer a revogação do projeto “Salas Integradas”, que teria substituído dois dos três professores que ministravam nas salas dos centros de educação infantil (CMEIs) por monitores. Conforme o sindicato, o programa promove a precarização do ensino público. Ainda é reivindicado: a destinação de 30% do orçamento para a rede municipal de ensino, reajuste a partir do custo-aluno, revisão da modulação e pagamento do abono de um terço de férias.

Paço

Apenas um dia após o início da greve, a Prefeitura de Palmas já obteve a liminar que determina a suspensão do movimento e regulou desconto nos vencimentos em caso de descumprimento. A decisão ainda prevê multa de R$ 1 mil por dia.
Acionado pelo CT, a Secretaria de Educação de Palmas (Semed) garante que das nove pautas apresentadas pelos grevistas, seis já foram atendidas. A pasta ainda garantiu que está aberta ao diálogo com os professores, e cita que já convidou representantes do Sintet para uma reunião, mas ninguém compareceu.