PALMAS - O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (PTB) foi à Tribuna para questionar as nomeações do Palácio Araguaia, apesar de ter conseguido a aprovação do pacote anticrise na Assembleia Legislativa. O petebista também citou a contratação de empresa que participou da campanha de 2014 do governador Marcelo Miranda (PMDB). O contrato com a Secretaria Geral de Governo no valor de R$ 2,9 milhões é para locação de infraestrutura e equipamentos para eventos, cujo contrato foi publicado no dia 30, um dia após a aprovação dos aumentos de impostos para cobrir um déficit de R$ 300 milhões.
Para o parlamentar de oposição, os atos do governo não demonstram que a administração caminha para uma redução de custos, apesar de Marcelo Miranda ter anunciado a suspensão de novos contratos de pessoal até 31 de dezembro e a proibição do aumento de despesas com funcionalismo. Eduardo Siqueira afirmou que o Diário Oficial ainda traz nomeações de cargos em comissão com altos salários. “São nomeações de companheiros do partido com salário de R$ 4 mil, R$ 6 mil e até mais de R$ 9 mil”, disse.

Contratação de empresa

Eduardo também questionou o Palácio Araguaia por ter contratado a empresa BF Locadora e Produtora de Eventos, no valor de R$ 2,9 milhões, para montagem de palco e estrutura de som para eventos do Executivo, através de adesão a uma ata de registro de preços de Lagoa da Confusão. O deputado apresentou a prestação de contas do comitê financeiro do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), legenda do governador, em que comprova que a empresa atuou na campanha de Marcelo Miranda nas eleições do ano passado. A BF Locadora recebeu R$ 50 mil a título de “publicidade por materiais impressos”.
O oposicionista ressaltou no pronunciamento que os dados apresentados foram publicados no Diário Oficial do Estado (DOE), no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e que a intenção não é fazer “denuncismo”.
Eduardo cobrou explicações do Executivo sobre os motivos de se aderir a uma ata de um município do Estado, para contratar justamente empresa que prestou serviços à campanha do governador. “Primeiro que o valor não aponta para enxugamento de gastos. E mais, o governo ir até um município do Estado, em detrimento aos outros 138, para escolher uma empresa que prestou serviço em sua campanha, merece melhores explicações e também a verificação do Tribunal de Contas e do Ministério Público”, questionou.
Por fim, o petebista destacou ainda que o governo federal veda que a União faça adesão a atas de registro de preços de Estados e municípios. “Tenho a impressão que essa adesão é sem precedentes e questiono se não haveria outra empresa que não tenha participado da campanha para prestar esses serviços”, indagou.