(PALMAS-TO) - A precatória enviada à Brasília para que os donos da empresa Miranda e Silva Construções e Terraplanagem Ltda. possam depor no MPE, foi devolvida ao promotor de justiça, Adriano Neves. A empresa estaria sendo usada como fachada para negócios com a Delta Construções, que é pivô do escândalo que envolve políticos e empresários com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Neves é responsável pelo inquérito que investiga um depósito de R$ 120 mil feito pela empresa Miranda e Silva, suspeita de ser laranja da Delta, à ex-assessora da deputada estadual Solange Duailibe (PT), Rosilda Rodrigues dos Santos.
O promotor afirmou que a precatória confirmou que a empresa é fantasma e que os suposto donos da Miranda e Silva não foram encontrados para depor no Ministério Público. De acordo com o promotor, com a negativa a investigação vai continuar apurando fatos sobre Rosilda e o irmão da deputada Solange, Pedro Duailibe, que assumiu que o depósito de R$ 120 mil, teria sido feito para ele. “Precisamos de mais provas. Agora vamos procurar identificar quem são as pessoas da empresa”, disse, sem descartar novas investigações sobre o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT) e deputada Solange.
O promotor ainda disse que caso o tempo hábil para a finalização das investigações não seja suficiente, pedirá prorrogação do prazo.

Novos depósitos
Com a quebra do sigilo da empresa Adécio & Rafael Construções e Terraplanagem pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira que revelou novos depósitos feitos pela empresa, apontada como laranja da Delta Construções no esquema de corrupção do bicheiro Carlos Cachoeira, à contas bancárias de empresas no Tocantins. Além de um novo depósito na conta de Rosilda Rodrigues dos Santos, ex-assessora da deputada estadual Solange Duailibe (PT), também receberam dinheiro da empresa uma construtora e um posto de combustíveis localizados no Estado.
Na época, o promotor afirmou que estuda a possibilidade de voltar a convocar Rosilda Rodrigues e Pedro Duailibe para depor. “Podemos também convocar o depoimento de outras pessoas, mas vai depender dos documentos. Se os documentos provarem algum ato ilícito, não serão necessários novos depoimentos”, disse.

Entenda
O tesoureiro da empreiteira Delta na região Centro-Oeste determinou, em agosto passado, um depósito de R$ 120 mil na conta de uma assessora da primeira-dama de Palmas e deputada estadual, Solange Duailibe (PT), segundo indicam escutas da Polícia Federal. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Conforme a Folha, a Delta, no centro do suposto esquema de lavagem de dinheiro do empresário Carlinhos Cachoeira, é detentora de um contrato de R$ 71 milhões para os serviços de coleta de lixo na capital tocantinense, administrada por Raul Filho, do PT, desde 2005. O contrato é contestado por órgãos de controle.
De acordo com o jornal, Rosilda Rodrigues dos Santos, 29, teve sua exoneração do cargo de assessora parlamentar da deputada estadual Solange Duailibe, publicada no dia 10 de abril, mas retroativa a 1º de março - dia seguinte à deflagração da Operação Monte Carlo, que desbaratou o esquema de Cachoeira.
Dez dias após o vazamento de conversas da Operação Monte Carlo, envolvendo a sua irmã, deputada estadual Solange Duailibe (PT), o secretário municipal de Governo de Palmas, Pedro Duailibe, e também secretário interino de Meio Ambiente e Serviços Públicos, assumiu em nota que era para ele o dinheiro do depósito de R$ 120 mil para Rosilda Rodrigues dos Santos, ex-assessora da parlamentar, que também é primeira-dama da Capital. Segundo o secretário, ele utiliza há quatro anos a conta de Rosilda.
Em sua nota, Duailibe afirma que os R$ 120 mil são resultado da venda de uma retro-escavadeira em 9 de agosto de 2011 não para a Delta, mas para a empresa Miranda & Silva Construções e Terraplanagem Ltda. Conforme o secretário, ele indicou a conta da ex-assessora da irmã devido a uma execução da qual pe avalista. “Restou temerário a movimentação de minha conta bancária pessoal para valores maiores”, justificou Duailibe.