SÃO PAULO - O Brasil possui um enorme potencial para a aquicultura, não apenas pela quantidade e qualidade de águas (doces e salgadas), mas pelo clima propício, pela variedade de espécies, conhecimento científico, grande disponibilidade de subprodutos da agroindústria, ingredientes indispensáveis para produção de rações a partir de fontes renováveis.
De acordo com os dados divulgados em 2014 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o valor total da produção da aquicultura nacional foi R$ 3,055 bilhões em 2013, sendo que as criações de peixes e camarões lideraram o setor com a participação de 66,1% e 25%, respectivamente.
Apesar de tão promissor, a produção em fazendas aumenta a concentração de animais da mesma espécie no local, o que pode ocasionar doenças. “Os consumidores querem um produto seguro e saudável. Como o uso de produtos fármacos foi proibido no mundo, a melhor opção para o criador aumentar a produção e evitar enfermidades é investir no manejo adequado do ambiente de cultivo, no uso de formas jovens (pós larvas e alevinos) livres de doenças e no fornecimento de alimentos funcionais, que garantem a nutrição completa de acordo com cada espécie”, recomenda João Manoel Cordeiro Alves, gerente de Produtos para Aquacultura da Guabi Nutrição e Saúde Animal.
Com base neste cenário, as empresas vêm investindo cada vez mais em tecnologias para fornecer alimentos funcionais, que auxiliem no aumento da imunidade dos animais aquáticos e tornem a atividade mais rentável ao produtor como produtos inibidores de “Quorum Sensing”.
As doenças bacterianas são a maior causa de prejuízos na aquacultura. “Bactérias não são células individuais e que crescem conforme as condições do ambiente e disponibilidade de nutrientes, como se pensava até pouco tempo. Com a evolução dos estudos, notou-se que elas são capazes de se comunicar através de moléculas liberadas e captadas por outros e, com isso, percebem a concentração de indivíduos. Quando a concentração atinge um determinado nível, as bactérias mudam de atitude (expressão gênica) e passam a ser mais virulentas (nocivas), por exemplo. A esse fenômeno se dá o nome de “quorum sensing”. Entender este mecanismo permite intervir, dificultando a percepção das moléculas sinalizadoras, evitando doenças, mesmo com presença do agente causador”, informa João Manoel.
Os inibidores de Quorum Sensing interferem e impedem esta comunicação e a manifestação das bactérias, inibem a multiplicação das nocivas e favorecem o estabelecimento das benéficas. Os resultados são maiores índices de sobrevivência e crescimento e a garantia de maior lucratividade para os criadores.
A Guabi tem investido nesta tecnologia Quorum Sensing em seus produtos e lança as linhas Poti e a Pirá Mirim QS são indicadas, respectivamente, para criação de camarões e peixes.
Desenvolvidas para garantir animais maiores, mais homogêneos, saudáveis e resistentes desde os estágios iniciais, os produtos das novas linhas Poti e a Pirá Mirim QS são aditivados com probióticos (bactérias benéficas que melhoram a saúde e imunidade dos animais), prebióticos (substâncias que nutrem os probióticos), e fitobióticos que possuem atuação comprovada na inibição da comunicação QS de bactérias causadoras de doenças em animais aquáticos.
“Peixes e camarões nutridos de maneira adequada têm maior potencial de crescimento, suportam melhor o estresse proveniente do manuseio e do transporte, são mais tolerantes às doenças, apresentam maior desempenho produtivo e resultam em alimentos ainda mais saudáveis para o ser humano.”, completa o zootecnista.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 15512
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