Deputado Rocha Miranda, ex-prefeita Geneci Cayres e deputado José Roberto, que prestaram esclarecimentos à PF nesta segunda-feira

Além de José Roberto (PT), outro deputado também foi conduzido coercitivamente na Operação Rota 26, deflagrada nesta segunda-feira, 3, pela Polícia Federal. Rocha Miranda foi alvo, por causa de convênios da época em que era prefeito de Araguatins. A PF apura possível desvio de R$ 1,4 milhão de obras de implantação e recuperação de estradas vicinais em projetos de assentamento situados em municípios tocantinenses, no âmbito da Superintendência do Incra do Tocantins. A PF trabalha em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU). A esposa do deputado estadual Amélio Cayres (SD), Geneci Cayres, que foi prefeita de Esperantina, no Bico do Papagaio, também teve que prestar esclarecimentos à PF.
De acordo com Cayres, Geneci foi chamada a depor na PF, mas não houve condução coercitiva contra ela. "Ela foi em horário marcado pela PF, com o seu advogado", contou. O parlamentar garantiu que as contas da ex-prefeita, sobre o convênio, foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Zé Roberto e Rocha Miranda prestaram esclarecimentos e foram liberados.
As diligências realizadas durante a investigação apontaram deficiência na elaboração dos projetos de engenharia, impropriedades no acompanhamento e fiscalização de obras, sobreposição de projetos para um mesmo trecho, serviços não executados e pagos e obras executadas fora da área dos assentamentos, ou fora da área de acessos a estes, dentre outras irregularidades que resultaram em um prejuízo de cerca de R$ 1,4 milhão de reais, de um total de aproximadamente R$ 4,2 milhões investidos nas obras.
Participam da operação cerca de 90 policiais federais. Ao todo estão sendo cumpridos 39 Mandados Judiciais nos municípios Palmas, Miranorte, Paraíso, Araguaína, Buritis do Tocantins e Araguatins, sendo 21 Mandados de Busca e Apreensão e 18 Mandados de Condução Coercitiva. São alvos das medidas o prédio sede da Superintendência Regional do Incra no Estado do Tocantins, servidores e ex-servidores da Autarquia Agrária, ex-prefeitos, empresários e dois deputados estaduais.
Os fatos em apuração configuram, em tese, os crimes de desvio de recursos, falsidade ideológica, fraude em procedimentos licitatórios e organização criminosa, cujas penas podem chegar a 12 anos de reclusão.
O nome da operação - Rota 26 - é uma alusão à lendária estrada americana que foi desativada em razão do surgimento de estradas mais modernas. O número 26 é mencionado para identificar a Superintendência Regional do INCRA no Estado do Tocantins - SR-26. (Com informações da PF)