(PALMAS-TO) - Novo líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, José Augusto Pugliesi (PMDB) afirmou em entrevista nesta sexta-feira, 22, que, à frente do bloco, pretende direcionar o partido para "uma unidade" e disse que o PMDB "não está nem nunca esteve" na base do governo do Estado.
Nesta semana, a deputada estadual Josi nunes (PMDB) cobrou, na tribuna da Assembleia, postura do PMDB: "Assumam que vocês são governo, que vocês querem secretaria do governo, que vocês querem uma aliança em 2014 com o governo. Vocês mancham a imagem do PMDB. Por que não vão para outro partido, como PSD ou PSDB?", questionou Josi.
Segundo Pugliesi, no Parlamento, a bancada vai se direcionar pelas matérias a serem votadas. "Vamos apoiar o que for de bom e ser contra o que não for. Nós não somos nem radicalmente contra [o governo], nem radicalmente a favor", disse.
Ele também negou veementemente que o PMDB esteja participando da reforma administrativa do governo do Estado. Há meses, nos bastidores, a participação da legenda com a indicação de cargos no Executivo vem sendo aguardada e debatida. Em entrevista no dia 30 de janeiro, o também deputado estadual peemedebista Ricardo Ayres confirmou que esta participação, apesar de indefinida, era frequentemente debatida entre membros da legenda. Na época, Ayres disse que um dos fatores que pesavam para concretizar a participação da sigla no governo era o governador Siqueira Campos (PSDB) efetivamente abrir espaço para o partido na reforma.
Nessa segunda-feira, 18, uma fonte informou que o PMDB regional se reuniu no sábado, 16, e as manifestações ouvidas foram de total insatisfação com o governo Siqueira Campos. Isso porque o partido se expôs, comprou briga com seus líderes históricos e grande parte da militância para agora terminar a reforma administrativa sem espaço no Executivo. E pela fala de Pugliesi, está realmente definido que o partido não fará a indicação de nenhum cargo. "O PMDB não está participando da reforma administrativa. Não indicou ou tem absolutamente nada, nem vai indicar", disse nesta sexta.
Intervenção
Sobre esta questão, ele lembrou do argumento adotado por integrantes da legenda, - entre eles os ex-governadores Marcelo Miranda, Carlos Gaguim e Moisés Avelino, e a própria deputada Josi Nunes - para pedir a intervenção da direção nacional no PMDB do Tocantins. "Nós não estamos participando da reforma, mas mesmo que estivéssemos, não há nada no Estatuto do partido que proíba a sigla de participar de um governo", disse citando como exemplo o Paraná, onde, o PMDB disputou e perdeu as eleições e agora compõe com o atual governo.
Segundo o deputado, o pedido de intervenção "é ciúme de quem não tem prestígio". "Eu não tenho culpa se o Marcelo Miranda e o Gaguim [Carlos Gaguim] não podem ser candidatos? Foram eles que sujaram o CPF [Cadastro de Pessoa Física] deles, não fui eu. O problema deles é com a Justiça Eleitoral. Nós, do PMDB, não temos nenhuma culpa. Um partido não pode ficar refém do problema pessoal de cada", disparou.
Além disso, fez questão de lembrar que entre os que estão hoje assinando pedido de intervenção, alegando a aproximação do PMDB com o governo, são os mesmos que nas últimas eleições, de algum modo, estiveram unidos ao Executivo. "A deputada Josi tem o direito de se expressar, mas não tem moral nenhuma de falar do passado de ninguém", disse ele, apontando que a mãe da parlamentar, Dolores Nunes (PMDB), foi eleita vice-prefeita de Gurupi numa chapa com apoio de Siqueira Campos. Além dela, ele afirmou que Moisés Avelino foi eleito prefeito de Paraíso também com apoio de Siqueira.
Racha
O PMDB está rachado desde as articulações que culminaram com o apoio da sigla a candidatos palacianos nas eleições municipais do ano passado - mais especificamente em Palmas (onde o PMDB foi vice de Marcelo Lelis, do PV) e Araguaína (onde foi vice de Ronaldo Dimas, PR).
Os principais líderes do PMDB reagiram contra a condução do presidente regional, deputado federal Júnior Coimbra, e seus aliados. Grande parte dos membros da Executiva regional renunciou para garantir a dissolução do diretório, mas, depois de uma briga jurídica (que continua em andamento), Coimbra foi mantido no comando da legenda.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 14636
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