Caseara (TO) - O prefeito de Caseara Tocantins, Renato Almeida (DEM), que retornou ao cargo no dia 20 de junho, após seis meses afastado por decisão da Justiça e a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), sob acusação de improbidade administrativa alegou inocência das acusações. “Inocente eu garanto para você que eu sou, o que eu tenho provado é trabalho, quero terminar [o mandato] da melhor maneira possível, e não mais que isso”, garantiu.
O chefe do Executivo negou que esteja por trás de organização criminosa que teria supostamente fraudado licitação e desviado recursos dos cofres públicos. “Esse crime organizado, é um nome muito pesado para se dizer, e eu tenho minha consciência tranquila. A justiça não me chamou ainda para depor, e eu estou aberto para [apresentar] a minha defesa”, rebateu, afirmando ainda, que não tem “mágoas” dos denunciadores que levou o seu afastamento.
Ao ser perguntado se o gestor tem colaborado com as investigações, ele que é alvo de pelo menos quatro ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público Estadual; disse que tem colaborado “irrestritamente” com as averiguações, que conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). “Sim. Para deixar as coisas mais transparente possível, o que a justiça tem pedido, eu tenho fornecido”, enfatizou.
Renato apontou divergências entre os líderes políticos, que levaram a cidade a “mergulhar na maior crise política de sua história”. “Onde Caseara errou e vem errando são nessas picuinhas políticas, muitas fofocas, um falando mal de outro e nada resolve, enquanto as pessoas não se unirem politicamente, ficar essas briguinhas é muito difícil Caseara crescer”, desabafou o gestor.

Temporada de praia
Sobre a polêmica de que a prefeitura não iria promover a temporada de praia 2016, o gestor apresentou a seguinte versão. “O que nós temos hoje é uma emenda do Nilton Franco [PMDB], de 50 mil reais para a praia, então vou ter que trabalhar em cima disso”, pontuou.
Renato informou ainda que a maquete da estrutura, que foi mostrada pelo prefeito em exercício Marcos da Valdeci (PSB), a Secretaria Municipal de Turismo não tem condições de arcar com os investimentos para executar. Desse modo, a estrutura será “modesta”, considerando que o município está inadimplente. “Foi feito um projeto inviável de se fazer”, argumentou.

Reeleição
Ao ser questionado sobre uma possível candidatura à reeleição, o gestor garantiu que essa ideia está descartada. “Minha reeleição está 100% descartada. Meu alvo hoje é terminar meu mandato, e cuidar da minha família e da minha empresa, o que eu quero é justamente isso”, disse.
O líder do Executivo afirmou que pretende finalizar o mandato investindo no município. “Temos a Unidade Básica de Saúde para reformar, entregar o PSF que está pronto, problemas jurídicos que vamos resolver, temos uma rodoviária que era pra ter começado essa obras, as calçadas que eu quero que o pessoal comece essa semana e temos uma emenda do deputado federal Gaguim [PTN] para três tratores para agricultores familiares”.

Agradecimentos
Por fim, o prefeito agradeceu aos que, segundo ele, esteve do seu lado mesmo quando afastado do cargo. “Quero agradecer muito aqueles que torceram, oraram por nós, a minha família principalmente, que acompanhou a angústia de ter ficado esses seis meses fora”, finalizou.

Entenda
O Ministério Público do Tocantins pediu o afastamento de Renato de Almeida em novembro do ano passado, tendo sido atendido em dezembro. O órgão acusou o prefeito de pagar empresa por serviço efetuado pelo governo do Estado. Fora do Paço por 180 dias, o democrata ainda foi alvo de mais três ações por ato de improbidade administrativa, devido contratações fraudulentas e uma sem licitação. Ao todo, é questionado o pagamento indevido de R$ 384 mil com recursos do município.
Prestes a acabar o prazo de afastamento, a Justiça acolheu no dia 10 de junho novo pedido de afastamento por mais 180 dias. Renato de Almeida recorreu da nova decisão e conseguiu liminar proferida pela juíza Célia Regina Regis, do Tribunal de Justiça do Estado, no dia 20 que o reconduziu ao Paço.

Promotoria vai recorrer
Responsável pelas ações de improbidade administrativa, o promotor Caleb de Melo revelou que deverá ser intimado da decisão que reconduziu Renato de Almeida ao Paço e avisou que apresentaria recurso. “A tendência é que a gente vai se manifestar, no sentido que seja revogada essa decisão”. Caleb disse como funciona o julgamento do mérito do recurso contra tal decisão. “ A gente vai pedir que mantenha a decisão do juiz [que afastou Renato por mais 180 dias]”, explicou.
A Câmara de Vereadores de Caseara instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a gestão de Renato Almeida, que nega ter cometido qualquer irregularidade em sua administração.