(PALMAS) - Empresários avaliam que as demissões em massa de mais de 6 mil servidores comissionados impactam negativamente o comércio tocantinense. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira, 29, e as exonerações passam a valer a partir de sexta, 31. Estão sendo exonerados ocupantes dos cargos de provimento em comissão como superintendente, delegado-chefe da Polícia Civil, assessor de comunicação, diretor regional de ensino, entre outros.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa), Fabiano do Vale, disse que o final de ano é a melhor época para o comércio, pois a população consome e compra mais. Porém, segundo ele, a decisão do governo estadual cria uma instabilidade no setor que “faz com que as pessoas consumam menos e, assim, o comércio vende menos”.
Fabiano explicou que a máquina pública ainda é a principal empregadora em Palmas e os servidores são os principais consumidores da Capital e do Estado, por isso, a exoneração reflete no mercado e gera uma expectativa negativa. “Talvez, o setor não alcance suas expectativas neste ano, pois esperamos sempre aumento nas vendas”, avaliou.
Segundo o presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado (Faciet), Silvio Cunha, a expectativa dos empresários com as vendas de final de ano após as demissões em massa é negativa e o comércio será prejudicado. “Acreditamos que haverá uma queda e um prejuízo grande”, avaliou.
Segundo Cunha, a decisão deixa os comerciantes “assustados”, já que a situação do comércio não está boa e, com a exoneração, haverá uma queda nas vendas, pois o dinheiro deixa de circular na praça. “A maior parte do dinheiro que circula em Palmas é dos servidores públicos de qualquer esfera. O estadual é o que mais emprega, então, essa decisão vai impactar fortemente o comércio”, explicou.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Palmas, Davi Gouveia, afirmou que a previsão de crescimento do comércio no final de ano estava em torno de 5%, em relação ao ano passado. “Se realmente for esse número [de exonerados] será extremamente prejudicial para as vendas no final de ano”, declarou, acrescentando que uma possível recontratação poderá suavizar a situação.
De acordo com Gouveia, a exoneração poderá atrapalhar os negócios, pois os comerciantes sempre procuram recuperar as vendas no fim de ano. “Esperamos que o governo reveja essa posição e recontrate esses servidores para evitar que a repercussão seja maior e para evitar que esse impacto seja o mais insignificante possível na economia”, comentou.
Segundo o empresário, a decisão não prejudica apenas o comércio, “mas também frustra o sonho e a expectativa de muitas pessoas”, já que os consumidores deixam de pagar as contas, viajar ou comprar presentes.
Gouveia lembrou que a exoneração pode gerar um aumento da inadimplência, pois as pessoas ficam impossibilitadas de pagar seus compromissos assumidos anteriormente. “O número de inadimplentes pode aumentar, porque as pessoas se veem impossibilitadas de pagar seus compromissos porque elas contavam com esse dinheiro”, completou.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 15146
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